COLUNA
Sem diálogo, sem negócios
Por: Patrícia Raposo
Publicado em: 25/05/2023 09:20
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O Recife detém o maior corpo consular do Nordeste. A capital tem 43 consulados em atividade. O mais antigo é dos Estados Unidos. Fundando em 1815, o Consulado Geral dos Estados Unidos no Recife é o posto de representação diplomática dos EUA mais antigo no Brasil. Outro centenário é o Consulado Geral da República Federal da Alemanha, fundado junho de 1868.
China, Japão, França, Itália, Portugal, Peru, Finlândia, Dinamarca, Filipinas, México, Grécia e tantos outros presentes na capital demonstram a importância do Recife para o ambiente internacional. Mas, segundo grande parte dos cônsules com quem converso, nem a capital, nem o estado, nem os empresários pernambucanos tiram proveito disso.
Não é um comportamento recente. “Há anos é assim”, diz o cônsul da Eslovênia, Rainier Michel. A cônsul dos Países Baixos, Annelijn van den Hoek, confirma: “O legado de Maurício de Nassau poderia ser bem melhor explorado para estimular o turismo”. Conversei com ambos no podcast Diario Econômico desta semana, que já está disponível nas plataformas de streaming do DP.
Falta de atenção
A maioria dos cônsules, 34 ao todo, são horários. São pessoas da sociedade civil que se destacam e acabam sendo convidadas a assumir os postos. Nem todos são nascidos nos países que representam.
Itamaracá
Uma das exceções é Annelijn van den Hoek. Ela veio da Holanda para Pernambuco com quatro anos de idade e não é por acaso que seu hotel fica ao lado do Forte Orange, em Itamaracá. A empresária é uma das mais atuantes na promoção do turismo da ilha. Um esforço quase solitário.
Ninguém entende
Rainer Michel é brasileiro e representa a Eslovênia por convite do governo daquele país. Assim como a colega dos Países Baixos, reclama que os poderes constituídos não entendem a importância dos consulados e desprezam oportunidades de fazer negócios.
Sem diálogo
“No governo passado havia uma secretaria executiva de Relações Internacionais. Hoje, só a Assembleia Legislativa (Alepe) tem uma Comissão para tratar deste tema”, reclama o cônsul da Eslovênia. “É lamentável. Porque sem diálogo, não tem negócios”, sentencia. Confira no podcast.
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