Coluna

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Ainda não deu para entender o que aconteceu nas tratativas para a implantação um centro tecnológico na área do Museu Espaço Ciência. O local foi escolhido para a instalação de uma estrutura que receberia o cabo submarino que conectaria Pernambuco com o cabo norte-americano Seabras-1, que passa a 500 km da costa em direção a São Paulo.
Pernambuco, que já largou atrasado na corrida pela alta conectividade, agora precisou fazer um pit stop. O que chama atenção é que uma lei foi aprovada para ceder 6% da área do museu ao empreendimento. Mas só agora a polêmica se instalou.
Quem atua no setor de tecnologia sabe que estamos defasados em relação aos vizinhos do Nordeste. A Bahia já conta com pelo menos duas conexões a cabos submarinos. E Fortaleza é um dos principais hubs do mundo, com conexão a pelo menos 12 cabos submarinos de fibra óptica. Já Pernambuco, para se conectar internacionalmente a um cabo, tem que fazer um percurso com fibra óptica terrestre até a capital do Ceará.
Importância
A conexão é importante para o Estado, que detém áreas que precisam cada vez mais de alta conectividade, como o Porto Digital, o polo médico e a indústria – esta, inclusive, vai na contramão da nacional, ou seja, em crescimento, impulsionada pela montadora da Stellantis e pelo complexo de Suape.
CEO
Para entender o que está acontecendo conversei com João Pedro Flecha de Lima, CEO da Recife CO, a holding que abriga duas empresas de propósito específico, criadas em 2019, para execução deste projeto. Uma responde pela conexão com o cabo norte-americano. A outra, pela implantação de um datacenter.
Capital
O primeiro problema esbarra nas empresas, que pela sua natureza têm seu capital social reduzido, e que devem evoluir junto com os investimentos realizados. A relação entre o capital (R$ 10 mil) e o valor dos investimentos (US$ 55 milhões) chamou atenção do Ministério Público de Contas de Pernambuco.
Iphan
O outro problema envolve o Iphan que proibiu qualquer edificação na área. Flecha de Lima, me disse, na gravação do podcast Diario Econômico -, que está no ar em nossas plataformas -, que não entende as razões da entidade e que o museu havia acordado com o projeto.
Projeto
O CEO da Recife CO disse que o projeto original foi refeito para abrigar um hub de cabos no Recife. E está desenhado para integrar o datacenter às atrações expositivas do museu, o que permitiria aos visitantes entender como funciona um datacenter.
Só aqui
Questionado se não há outro local no Recife para receber o cabo, o CEO dá suas justificativas. De todo modo, a insegurança jurídica está posta. Confira a entrevista acessando o link abaixo ou ido direto em nossos canais de streaming.
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