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com Claudia Molinna

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A Geração Silenciosa: por que os jovens estão perdendo a alegria de viver

No Brasil, a Fiocruz confirma o aumento dos índices de ansiedade, cansaço crônico, desmotivação e apatia entre adolescentes e jovens adultos, mesmo entre aqueles com acesso à educação, redes sociais e tecnologia

Claudia Molinna

Publicado: 05/08/2025 às 10:47

Pensive pretty woman sitting on bench in park. Young lady wearing jacket, touching face and looking down with green grass in background. Contemplation and nature concept. Front view./Freepik

Pensive pretty woman sitting on bench in park. Young lady wearing jacket, touching face and looking down with green grass in background. Contemplation and nature concept. Front view. (Freepik)

Pesquisas recentes acendem um alerta sobre a saúde emocional da juventude global. Dados da Gallup indicam que os níveis de felicidade entre jovens de 15 a 24 anos estão em queda constante nos últimos anos. No Brasil, a Fiocruz confirma o aumento dos índices de ansiedade, cansaço crônico, desmotivação e apatia entre adolescentes e jovens adultos, mesmo entre aqueles com acesso à educação, redes sociais e tecnologia.

Os fatores são múltiplos e complexos. Especialistas apontam o excesso de estímulos, a cobrança por resultados precoces, a constante comparação nas redes sociais e a sensação de um futuro incerto como algumas das causas principais. A juventude atual vive a contradição de estar hiperconectada, mas carente de vínculos reais. Expõe sua vida, mas se sente invisível. Produz conteúdo, mas se sente esvaziada de significado.

Enquanto isso, grande parte das políticas públicas e estratégias institucionais ainda não acompanha essa mudança de cenário. Falta escuta, pertencimento e espaço para que os jovens possam existir, sem a necessidade de performar sucesso ou felicidade o tempo todo.

Conquistar essa geração não exige fórmulas prontas, mas uma abordagem autêntica. É preciso criar canais de diálogo horizontais, oferecer acolhimento emocional e reconstruir o senso de propósito que foi perdido, em meio à pressa e à pressão.

Mais do que oferecer promessas, é hora de oferecer presença. A juventude não busca conselhos, busca conexão. Quem souber se aproximar com verdade, sem julgar ou impor, terá nas mãos uma ótima oportunidade de inspirar uma transformação profunda. Porque antes de escutar o que você pensa, eles querem sentir quem você é. Assim, quando sentem presença, respeito e afeto, eles ouvem, mudam e se tornam mais felizes.

ITÁLIA APROVA PRISÃO PERPÉTUA PARA FEMINICÍDIO

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(crédito: Freepik)

Em uma votação unânime que marcou a história do Parlamento italiano, o Senado aprovou o projeto de lei que tipifica o feminicídio como crime autônomo no Código Penal. Com 161 votos favoráveis e nenhum contrário, a nova legislação prevê prisão perpétua para quem matar uma mulher por ódio, desprezo ou discriminação de gênero.

Até então, os assassinatos de mulheres eram julgados sob a classificação genérica de homicídio, o que dificultava a responsabilização adequada em casos de violência motivada por misoginia. A mudança legislativa representa um marco no combate à violência de gênero na Europa, sinalizando um avanço no reconhecimento da gravidade específica desses crimes.

A nova lei responde à crescente indignação social diante do aumento dos casos de feminicídio no país, muitos dos quais praticados por ex-companheiros. Para ativistas e juristas, a medida envia uma mensagem clara: o assassinato de mulheres por serem mulheres não será mais tratado como crime comum.

PAIS SERÃO RESPONSABILIZADOS POR FILHOS QUE DESRESPEITAREM PROFESSORES NO ESPÍRITO SANTO

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A violência contra professores agora tem resposta legal no Espírito Santo. Aprovada e sancionada em 30 de julho de 2025, a Lei nº 12.520/2025, conhecida como “SOS Educação”, estabelece medidas protetivas e procedimentos claros para os casos de agressão, ameaça ou desrespeito aos profissionais da educação da rede estadual.

A nova legislação determina que, quando um aluno menor de idade agredir ou ofender um professor, a escola deverá registrar boletim de ocorrência em até 36 horas, acionar o Ministério Público e, se necessário, afastar temporariamente o estudante. Além disso, os pais ou responsáveis poderão ser responsabilizados civilmente, respondendo por danos morais e materiais.

O programa “SOS Educação” tem como objetivo proteger o ambiente escolar, restaurar o respeito à figura do educador e garantir que os profissionais tenham segurança para exercer sua função. A lei também prevê o acompanhamento psicológico dos envolvidos e a atuação do Conselho Tutelar, quando necessário.

Em um momento em que a autoridade docente vem sendo desafiada, essa iniciativa representa um marco. Respeitar o professor é garantir a saúde da educação e a formação de uma sociedade mais justa, segura e consciente.

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