Por que o narcisista despreza o amor verdadeiro
O narcisista estrutural despreza o amor não por maldade, mas por pânico, porque amar ameaça a estrutura frágil sobre a qual ele se construiu
Publicado: 29/07/2025 às 13:01

(Freepik)
O narcisista não é apenas alguém vaidoso. É alguém que construiu uma armadura emocional para sobreviver. Por trás da aparência confiante, existe uma ferida psíquica, que é o medo de não ser suficiente. Para compensar, ele cria um falso eu admirável, sedutor, inteligente e que precisa ser constantemente validado.
Esse falso eu se alimenta de controle, admiração e poder. Mas o amor real não alimenta o ego, pois o amor exige entrega, escuta e vulnerabilidade. Assim, pede que o outro seja visto como igual, algo que o narcisista não suporta.
É importante destacar que este texto se refere ao narcisista estrutural, alguém com traços marcantes de narcisismo, mas que ainda tem alguma capacidade de vínculo. Não se trata do narcisista perverso, que é manipulador, cruel e sente prazer em destruir o outro. O narcisista estrutural fere para se defender, já o perverso fere para dominar.
Portanto, o narcisista estrutural despreza o amor não por maldade, mas por pânico, porque amar ameaça a estrutura frágil sobre a qual ele se construiu. Como amar é sair da defesa e deixar a máscara cair, ele prefere ser idealizado a ser compreendido. Quando percebe que está sendo visto de verdade, ele se afasta, desdenha ou humilha. Prefere o jogo, onde controla, pois o amor mostra o que ele não consegue sustentar.
O narcisista não despreza o amor porque é forte, mas porque amar exige o que ele mais teme: a perda da imagem que criou para não desmoronar. Rejeita o amor porque ser amado de verdade exige encarar o que ele mais esconde.
Quanto a cura, ela só começa quando ele escolhe parar de fugir de si mesmo, aceitando a queda das suas máscaras. É assim que começa sua liberdade.
VIOLÊNCIA SEXUAL NÃO SE AMENIZA: NOVA LEI FINALMENTE ENTENDEU ISSO
Foi publicada a Lei 15.160, que representa um avanço firme no combate à violência sexual contra mulheres no Brasil. A norma altera o Código Penal para endurecer as penas nesses crimes, especialmente nos casos em que o agressor se vale de relações de poder, autoridade ou confiança.
Entre as mudanças mais relevantes estão: o aumento das penas mínimas, a proibição do uso de atenuantes como o “arrependimento posterior” e o impedimento automático de benefícios penais, como progressão antecipada de regime.
A nova legislação rompe com uma lógica permissiva que, durante décadas, tratou a violência sexual com leniência e tecnicalidades jurídicas. Ela reconhece que esse tipo de crime não é apenas físico, mas psicológico, simbólico e estrutural.
Mais do que uma lei penal, a 15.160 é um marco social. Ela envia um recado direto: quem viola o corpo e a dignidade de uma mulher não terá mais brechas para escapar com discursos moralistas ou estratégias processuais.
MAIS MULHERES, MENOS PODER: O PARADOXO BRASILEIRO NA DESIGUALDADE DE GÊNERO
O Brasil subiu algumas posições no Relatório Global de Desigualdade de Gênero 2025, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial. Ainda assim, permanece no 72º lugar entre 146 países. A melhora numérica não traduz uma transformação estrutural, pois revela um paradoxo recorrente: mais mulheres em espaços sociais, mas com menos poder real.
O relatório avalia quatro áreas: saúde, educação, mercado de trabalho e participação política. O Brasil apresenta avanços discretos na presença feminina em cargos legislativos e na educação formal. Mas a desigualdade persiste com força no mundo do trabalho e na ocupação de espaços de decisão.
As mulheres estudam mais, se qualificam mais e ainda assim são minoria nos cargos de liderança, recebem salários menores e enfrentam resistência velada ao subir. É a equação brasileira: mais presença, menos autonomia.
O número 72 não é só uma posição, pois é um retrato da lentidão com que o país enfrenta suas raízes culturais machistas. É o reflexo de uma sociedade que já aceita mulheres no palco, mas ainda reluta em deixá-las no comando.

