Maioria da população rejeita replicação de megaoperação do Rio em outros estados, aponta Quaest
Por outro lado, a operação é aprovada por 67% dos brasileiros e rejeitada por 25%
Publicado: 12/11/2025 às 15:24
Megaoperação das polícias Militar e Civil na região dos Complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro ( Mauro PIMENTEL / AFP)
A maioria dos brasileiros não gostariam da replicação da força e formato da megaoperação policial do Rio de Janeiro em seus estados, segundo a pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (12). Por outro lado, a operação é aprovada por 67% dos brasileiros e rejeitada por 25%.
A megaoperação contra o Comando Vermelho, deflagrada no final de outubro por um conjunto de policias do Rio de Janeiro, se tornou a mais letal já registrada no país. No total, 121 homens foram mortos, entre eles quatro agentes públicos.
O levantamento, que não inclui moradores do Rio de Janeiro, mostra que 55% dos entrevistados são contrários a esse tipo de ação em seus estados, enquanto 42% aprovam a realização de operações semelhantes.
A maior rejeição acontece com moradores de municípios entre 20 e 50 mil habitantes, com 63%. Já a aprovação, com 43%, acontece nas grandes cidades, com mais de 500 mil habitantes. Na análise por região, a rejeição é majoritária em todo o país, ficando acima de 53% em todas as áreas analisadas. Já as taxas de aprovação são semelhantes, variando entre 39% e 44%.
A Genial/Quaest também questionou o posicionamento político dos participantes da amostra. A maior rejeição à megaoperação do Rio de Janeiro foi entre aqueles que se declararam de “esquerda não Lulista”, com 75%. A aprovação, de 62%, foi entre aqueles que se declararam de “direita não Bolsonarista”.
A Quaest entrevistou presencialmente 2.004 brasileiros com 16 anos ou mais entre os dias 6 e 9 de novembro. O levantamento tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e nível de confiança de 95%.
Facções
De acordo com pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira, 12, 88% dos entrevistados afirmam que as penas deveriam ser mais altas, enquanto 73% defendem que organizações criminosas sejam classificadas como terroristas, principal ponto de divergência entre base governista e oposição.
A pesquisa mostra que 65% dos brasileiros defendem retirar o direito de visita íntima de presos ligados a facções, e 60% apoiam a PEC da Segurança Pública. A proposta busca ampliar o papel do governo federal na formulação de políticas da área, mas enfrenta resistência de governadores. Já 52% dos entrevistados defendem que a responsabilidade pela segurança pública passe ao governo federal.
A população, no entanto, se divide sobre permitir que cada Estado tenha sua própria legislação sobre segurança (46% a favor e 48% contra). A facilitação do acesso a armas de fogo, por sua vez, é amplamente rejeitada: 70% são contra e apenas 26% a favor.