Morre arquiteto do DF que passou por transplante de 5 órgãos de uma só vez
Conhecido por compartilhar nas redes sociais o ativismo em torno da doação de órgãos, o brasiliense passou, há uma semana, por um transplante multivisceral, com a substituição de cinco órgãos de uma só vez
Publicado: 30/09/2025 às 13:40

Luiz Perillo morreu na manhã desta terça-feira ( Reprodução/Redes sociais)
Morreu, na manhã desta terça-feira (30/9), o arquiteto Luiz Henrique Perillo, aos 35 anos. Conhecido por compartilhar nas redes sociais o ativismo em torno da doação de órgãos, o brasiliense passou, há uma semana, por um transplante multivisceral, considerado o mais arriscado da medicina, por envolver a substituição de cinco órgãos de uma só vez.
Perillo, que aguardava há quatro anos na fila de transplantes, faleceu após complicações em uma cirurgia realizada em São Paulo. Ele lutava contra a trombofilia, doença responsável pela falência de seus órgãos. No último dia 23 de setembro, o arquiteto passou por uma intervenção que envolveu o transplante simultâneo de estômago, pâncreas, fígado, intestino e rim, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Na cirurgia mais recente, Luiz sofreu um quadro de infecção. Mesmo os médicos pausando o processo para tratar a complicação, ele sofreu uma parada cardíaca. O falecimento foi comunicado pela família, hoje, por meio das redes sociais.
Batalha contra a trombofilia
Em 2023, Perillo passou a compartilhar, nas redes sociais, sua luta contra a trombofilia e os sucessivos episódios de trombose. O primeiro caso aconteceu em 2009, quando ele tinha uma vida ativa, praticava esportes e fazia musculação. “Acordei com uma dor na virilha esquerda. Achei que era dor de jogo e não me preocupei”, lembra.
Dias depois, como a dor não passava, procurou atendimento médico. O exame de ecodoppler constatou a trombose, e Luiz precisou ser internado. Foram cerca de 30 dias sem conseguir se movimentar no hospital. Após a recuperação, conseguiu retomar a rotina.
Seis anos depois, em 2015, o pesadelo voltou: uma nova trombose, desta vez na veia porta — importante vaso sanguíneo que leva sangue do sistema digestivo ao fígado. “Eu gritava de dor, dor que não desejo a ninguém”, contou. Para controlar o sofrimento, foi necessário o uso de morfina.
Os médicos chegaram a cogitar a colocação de um stent, dispositivo usado para manter vasos sanguíneos abertos, mas optaram por não realizar o procedimento. “Talvez se tivessem colocado, eu não teria passado pelo que passei nos anos seguintes”, refletiu em um dos vídeos.
O quadro mais grave ocorreu em 2018. Luiz começou a vomitar sangue e precisou ser levado às pressas para a UTI. Os exames mostraram a presença de varizes no esôfago, que acabaram se rompendo e provocaram uma hemorragia intensa. “Foi a pior (hemorragia) que já tive”, relatou. Ele entrou em coma e, posteriormente, passou a depender de hemodiálise.
Em um dos vídeos compartilhados no Instagram, o arquiteto mostra o processo de tratamento e recuperação durante o período em que ficou internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde passou mais de um ano hospitalizado. As cenas mostram desde perda de peso em decorrência da doença até a volta às práticas de exercícios físicos.
Sempre positivo, Luiz Perillo falava com seus seguidores sobre superação, fé e esperança. Ativista pela doação de órgãos, usava a própria experiência para conscientizar as pessoas acerca da importância dos transplantes. "Doar é dar movimento à esperança. É empurrar a fila para frente com um gesto. Com coragem", disse em uma postagem.
As informações são do Correio Braziliense

