Desmatamento diminui no Pantanal e Cerrado, mas aumenta 4% na Amazônia Legal
Nos biomas Pantanal e Cerrado, o desmatamento diminuiu 72% e 21%, respectivamente. Essa foi a primeira redução no Cerrado desde 2021.
Publicado: 07/08/2025 às 18:04

Com 6,5 milhões de quilômetros quadrados, a Amazônia abriga 13% das espécies conhecidas no planeta (Agência Brasil)
Impulsionado por incêndios, o desmatamento na Amazônia Legal aumentou 4% entre agosto de 2024 e julho de 2025, segundo dados oficiais divulgados nesta quinta-feira (7).
O resultado dos últimos 12 meses reverte a forte queda registrada em 2024 e antecipa a tendência da próxima taxa anual de desmatamento, cuja cifra consolidada será divulgada em novembro, pouco antes de o país sediar a conferência climática COP30 em Belém.
Levando em conta apenas julho, o desmatamento diminuiu 20% em relação ao mesmo mês de 2024.
A devastação na maior floresta tropical do planeta atingiu 4.495 km² nos últimos 12 meses, uma área três vezes maior do que a cidade de São Paulo, segundo números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Apesar do aumento de 4%, essa foi a segunda menor superfície desmatada em um ano da série histórica, iniciada em 2015, que toma como referência o período entre agosto e julho do ano seguinte.
Ao apresentar os dados, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que "o que puxou foram os incêndios", que explicaram os 15% de desmatamento na Amazônia, a maior proporção desde o início da série.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva associa o aumento dos fogos, muitas vezes iniciados por ação humana, à seca histórica no país em 2024.
Sem contar os incêndios, o desmatamento diminuiu 8% nos últimos 12 meses, um motivo para comemorar, segundo a ministra. "O desmatamento na Amazônia está estabilizado, mas o nosso compromisso é o desmatamento zero até 2030", ressaltou.
A rede ambientalista Observatório do Clima destacou que, levando em conta "a seca extrema e o recorde de área queimada no ano passado", a superfície desmatada nos últimos 12 meses "não pode ser considerada uma má notícia".
O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, advertiu, por sua vez, que "os grileiros e os degradadores passam a contar com um aliado novo, a mudança do clima, e a usar os incêndios como ferramenta de desmatamento" em terras amazônicas.
Nos biomas Pantanal e Cerrado, o desmatamento diminuiu 72% e 21%, respectivamente. Essa foi a primeira redução no Cerrado desde 2021.
O presidente Lula deve decidir até amanhã se vai sancionar a lei que flexibiliza as licenças ambientais aprovada no mês passado no Congresso.

