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Porto arquiva vetos de Raquel; líder do governo divulga nota contestando decisão

A governadora vetou trechos da Lei Orçamentária Anual, inclusive o que se refere ao crédito suplementar limitado a 10%

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Publicado: 22/12/2025 às 21:21

Presidente da Alepe, Álvaro Porto e a líder do governo, deputada Socorro Pimentel (UB)/Reprodução

Presidente da Alepe, Álvaro Porto e a líder do governo, deputada Socorro Pimentel (UB) (Reprodução )

Um novo momento de tensão ocorreu, nesta segunda-feira (22), entre a Assembleia Legislativa e o Governo de Pernambuco. A governadora Raquel Lyra (PSD) vetou trechos da Lei Orçamentária Anual, inclusive o que se refere ao crédito suplementar limitado a 10%. Em nota, Porto alegou que veto a emenda é inconstitucional. Também através de nota, a líder do Governo, deputada Socorro Pimentel (UB), contestou a decisão unilateral do presidente da Alepe.

“A Presidência da Assembleia Legislativa de Pernambuco analisou a Mensagem de Veto nº 68/2025, de 22 de dezembro de 2025, por meio da qual a Governadora comunicou veto parcial ao Projeto de Lei Ordinária nº 3397/2025 (PLOA 2026)”, diz a nota de Álvaro.

Segundo ele, “constatou-se, porém, que o ato do Executivo não se dirigiu a dispositivos integrais do autógrafo (artigos, parágrafos, incisos, alíneas ou unidades orçamentárias em sua totalidade), mas sim à recusa de sanção de um conjunto de emendas parlamentares identificadas expressamente (v.g., Emendas 301, 628, 1437 a 1477/2025), com o declarado objetivo de que a LOA 2026 fosse aprovada sem a alocação de recursos conforme definido por tais emendas, produzindo, na prática, o retorno ao texto originalmente proposto pelo Executivo quanto aos pontos alterados pelo Parlamento”.

O presidente da Alepe ressaltou que “na fundamentação, a Presidência assentou que, pela Constituição Federal, o veto tem natureza estritamente supressiva e que o veto parcial deve abranger o texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea (art. 66, § 2º), sendo juridicamente inviável “vetar emenda” como objeto autônomo, sob pena de ofensa ao processo legislativo e ao princípio da separação dos Poderes”.

“Reconhecida a manifesta inconstitucionalidade, e com base no art. 213, VII, do Regimento Interno, a Presidência recusou liminarmente a tramitação da Mensagem de Veto nº 68/2025, determinando seu arquivamento, a comunicação ao Poder Executivo e a publicação no Diário Oficial do Poder Legislativo”, conclui Álvaro Porto.

 

Contestação

A deputada Socorro Pimentel divulgou nota assinada pelos demais parlamentares da bancada governista, contestando a forma como Álvaro Porto tomou a decisão com viés político. “Recebemos com profunda preocupação o Ato nº 803/2025, editado pelo Presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Deputado Álvaro Porto, que, de forma unilateral e sem respaldo constitucional, determinou o arquivamento da Mensagem de Veto nº 68/2025, relativa à Lei Orçamentária Anual de 2026”.

“Trata-se de uma decisão grave e atípica, que extrapola as atribuições da Presidência da Casa e usurpa competência exclusiva do Plenário, a quem a Constituição confere, de maneira inequívoca, a prerrogativa de apreciar, manter ou rejeitar vetos do Poder Executivo”, diz o resto da líder do Governo.

“Ao impedir a tramitação regular do veto, o ato rompe o equilíbrio entre os Poderes, fragiliza o processo legislativo e cria um precedente perigoso para a institucionalidade democrática”, acrescentou.

Para Socorro Pimentel, esta não é uma controvérsia meramente regimental ou jurídica. “Trata-se de uma atitude de claro viés político, cujo efeito concreto é paralisar o Governo do Estado, inviabilizando a execução do orçamento e comprometendo projetos estratégicos para Pernambuco. Na prática, essa decisão ameaça a continuidade de políticas públicas essenciais, que vêm melhorando a vida dos pernambucanos em áreas fundamentais como saúde, infraestrutura, educação, segurança e desenvolvimento social”, disparou.

A deputada disse que “não é aceitável que, por disputas políticas, se tente impor um cenário de instabilidade institucional que atrasa investimentos, compromete a prestação de serviços públicos e penaliza diretamente a população”.

“O Governo de Pernambuco tem atuado com responsabilidade fiscal, respeito à Constituição e compromisso com o interesse público, e não se pode permitir que o Estado seja submetido a um processo deliberado de obstrução”, destacou a líder.

“Confiamos no papel soberano do Plenário da Assembleia Legislativa e na prevalência da Constituição. Pernambuco não pode ser refém de decisões unilaterais que colocam em risco avanços concretos já alcançados. Como bancada governista, seguiremos adotando todas as medidas políticas e institucionais necessárias para garantir a regularidade do processo legislativo, a execução responsável do orçamento e a continuidade das políticas públicas que estão transformando a realidade do nosso Estado”, encerra a nota assinada pela bancada do Governo.

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