João Campos defende união dos municípios da RMR e admite que proposta do Governo não avançou
O prefeito do Recife defende a necessidade de se criar uma estrutura que cuide diretamente das questões das cidades
Publicado: 07/10/2025 às 22:44

Prefeito do Recife, João Campos (PSB) (Blog Dantas Barreto)
Prefeito do principal município da Região Metropolitana do Recife, João Campos (PSB) defendeu, nesta terça-feira (7), a necessidade de se criar uma estrutura que cuide diretamente das questões das cidades, visando soluções de longo prazo. Questionado sobre a retomada do Conselho de Desenvolvimento da RMR (CONDERM), proposto em março deste ano pela governadora Raquel Lyra (PSD), Campos disse não saber o que avançou após a reunião da qual participou. E que a Prefeitura do Recife não foi convidada para outras reuniões desde então.
“Teve a reunião, eu fui, cada cidade falou, apresentou suas propostas e tudo que foi pedido ao Recife foi apresentado e discutido. Depois disso não sei. Acho que tem que perguntar ao Governo do Estado. Não sei se teve reunião. Sei que a Prefeitura do Recife não foi convidada para outra reunião”, falou João Campos, após participar do encontro Pernambuco em perspectiva: Papel estratégico do Recife e da RMR para o futuro de Pernambuco, promovido pela Revista Algo Mais.
Na avaliação do gestor recifense, é preciso que haja uma interação maior entre as agendas metropolitanas “porque o cidadão precisa que as coisas funcionem”. “É preciso buscar uma solução conjunta porque as pessoas não querem saber se a competência é de um prefeito ou de outro, de um governador. Quer que seja resolvido”, ressaltou.
Apesar de a reunião ter acontecido em 11 de março, no Palácio do Campo das Princesas, João Campos acredita que ainda dá tempo para retomar o uma estrutura como o CONDERM. “Acho que sempre dá tempo de fazer. Isso é um consenso. Não é uma pauta eleitoral, é uma coisa que é estrutural. Então, sempre vai poder ser feita e tem que ser feita”, cravou.
Exemplos
Na sua palestra, o prefeito afirmou que há exemplos que dão certo, como os consórcios municipais. Ele relatou que o Recife exerce influência em cerca de 720 cidades do Nordeste, que somam mais de 23 milhões de pessoas, de acordo com dados do IBGE. Mas no dia a dia a Capital atende pessoas e sente os problemas que acontecem nos municípios que estão no seu entorno. Isso sem que haja contrapartida financeira das outras prefeituras.
“Tem um impacto e um enfraquecimento de instituições muito relevantes. Em algum tempo, a gente teve uma vida muito mais forte do Condepe/FIDEM, da Sudene, de instituições que participaram de um debate ativo e de uma construção ativa disso”, comentou.
“Tem coisas extremamente pontuais até os grandes problemas urbanos de mobilidade, de desafios de fronteira, de planejamento estruturado de longo prazo. Tudo isso fica ausente se você não tiver uma grande estrutura de planejamento e de funcionamento da rotina metropolitana. Eu acredito que para a gente ter uma estrutura robusta que viabilize isso, tem que ter a capacidade de juntar a parte de planejamento com a capacidade operacional de fazer. Para empoderar uma instituição, ela tem que ter força de decidir, de fazer, de autorizar, de negar no curto prazo para poder ter a capacidade de chamar numa mesa e estruturar por longo prazo. É fato que falta uma estrutura que faça isso na Região Metropolitana do Recife, que possa dar um novo tamanho de planejamento e de construção dessas soluções dos problemas do dia a dia”, enfatizou João Campos.

