Deixai vir a mim as criancinhas

Gilberto Marques
Advogado criminalista

Publicado em: 12/06/2019 03:00 Atualizado em: 12/06/2019 08:30

O Chefe do Executivo Nacional, que também se denomina Messias, surpreende a todos, todo dia. Penso, comigo, “Vige” Maria. Com longa passagem pela Câmara Federal, deixou a marca de um inusitado ócio. Nos sucessivos mandatos, despertou uma obsessão pelos decretos. A mais recente altera o Código de Trânsito Brasileiro, Lei 9.503,23/09/97 – Nasceu no setembro da Independência ou morte. Alterou de bate pronto, as fábricas de multas, no seu dizer, castiço, do radar eletrônico. Pardal no dito popular. Saiu de 5 pra 10, o lapso do exame da aptidão dos motoristas. De lambuja a inovação que suprime a cadeirinha das criancinhas, no automóvel. O cinto de segurança venceu. Hoje é quase automático. Qualquer desleixo o próprio carro reclama. É um pi,pi,pi infernal. Não dá pra resistir. Mesmo assim a mortandade nos delitos de trânsito é assustadora.

Nós somos uma nação que detém um rol imperdoável de analfabetos. Sem falar no analfabetismo funcional. Mas o cinto e a cadeirinha fizeram sucesso. A composição do Código de Trânsito atual mereceu vasto estudo. Foram mais de 10 anos. Dele decorre o Contran, que tem a prerrogativa de estudar e criar regras. Órgão, portanto que compõe o ordenamento jurídico. O carioca, de modo geral, lembra o Zé de Walt Disney – verde, azul e amarelo. O presidente nasceu em Glicério – São Paulo, mas escolheu o Rio para se eleger em toda sua carreira. Leitor, contumaz, dos evangelhos, por certo visita com frequência as parábolas de Cristo. Diante dos sucessivos decretos tem mais coisa que vem por aí. A Lei Seca que me espere, deve ter pensado. A embriaguez é chula, sem dúvida. Porém, um dos primeiros milagres de Jesus foi transformar água em vinho. Nas Bodas de Caná, respaldado no aval de Maria, Nossa Senhora até agora.

A popularidade, da onda, projetou o deputado dos discursos bizarros, das aleivosias, do ranço do cabra macho. É fato que a faca, do Bispo, contribuiu no corte dos empecilhos nas disputas. Usou o direito constitucional de permanecer calado durante o certame. No combate ululou as fragilidades do adversário mais forte até 2º turno. Venceu! Todavia, creio que o próprio Cristo deve ter sussurrado à direita no ouvido do Pai: “Deixai vir a mim as criancinhas”? É plágio!

Minhas netinhas: quando sair usem a cadeirinha! É o conselho do vovô. Moro que o diga.

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