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Protestos no Recife: carroceiros avisam que só "saem após conversar com o prefeito"

Um dos representantes dos carroceiros afirmou, após a visita do grupo à Câmara dos Vereadores do Recife, na manhã desta segunda (18), que os protestos simultâneos s só devem parar em caso de acordo com a Prefeitura do Recife

Por Bartô Leonel e Nicolle Gomes

Carroceiros protestaram em vários pontos da cidade

Após uma série de protestos simultâneos em vários pontos do Recife na manhã desta segunda (18), os carroceiros discutem os novos passos do movimento: uma parte do grupo quer seguir para a Prefeitura do Recife, no Cais do Apolo, no Centro da cidade, nesta tarde. Outra parte planeja até ir até a Assembleia Legislativa (Alepe), na mesma região. 

Após serem recebidos na Câmara dos Vereadores e entregarem um documento com todas as reivindicações da categoria, um dos representantes do grupo afirmou que eles só vão embora quando conseguirem “conversar e fazer um acordo com o prefeito”.

“Deixa eu abrir o jogo. O povo tá obstinado a continuar com o protesto, não vai parar. A gente só vai sair quando conversar com o prefeito”, disse Marcos Batista, mais conhecido como Neno Ferrador, representante dos carroceiros.

Com 10 exigências, o documento tem como foco a revogação da Lei Nº 17.918/2013, que trata da proibição de carroças com tração animal na capital pernambucana.

Veja todos os itens do manifesto:

1) Criação de lei em conjunto com a classe que será afetada, com a concordância para que se revogue a Lei Nº 17.918/2013.

2) Criação de políticas públicas Para o bem-estar dos animais de grande porte; como vacinação, atendimento veterinário de urgência, emergência e atendimentos periódicos.

3) Treinamentos e instrução de trânsito que sejam realizados pela CTTU, que visa capacitação dos condutores de veículos de tração animal para que possa transitar no município de forma correta e segura.

4) Criação da carta de condução de veículos de tração animal, carta cocheiro, que será disponibilizado de forma gratuita pelo órgão de trânsito, CTTU.

5) Implantação de um sistema que possibilite fiscalizar os veículos de tração animal através do emplacamento dos veículos tracionado por animais de grande porte. Assim podendo identificar possíveis ocorrências de maus tratos.

6) Obrigatoriedade de registro dos animais de grande porte, mediante a um chip de identificação, que será disponibilizado gratuitamente.

7) Criação de um decreto que visa estender o prazo para circulação dos Veículos de Tração animal, a Condução de animais com cargas e o trânsito montado no município do Recife.

8) Flexibilidade nas exigências para liberação dos animais apreendido, desde que sua apreensão não seja por motivos de maus tratos.

9) Criar um banco de ração animal e medicamentos subsidiados.

10) Implantar a carteira de saúde animal, realizar diagnóstico quanto à qualidade de vida do animal, realizando exames periódicos.

Entrevista

Representante dos carroceiros que pararam o Recife, em protestos simultâneos, nesta segunda (18), Eklesiastes da Silva afirmou que a categoria não defende maus-tratos de animais, mas o direito de trabalhar com as carroças de tração animal.

Em entrevista ao Diario, ele disse que a “prefeitura tem que penalizar quem pratica maus-tratos e não quem cuidada dos cavalos”.

Sobre a lei que proíbe o uso dos cavalos, o representante da categoria declarou: “Muito desses animais vão sofrer, vão sentir saudade. A gente sabe o que o animal sente. Até os próprios ativistas sabem que o animal têm um sentimento dele”.

Eclesiastes afirmou, ainda, que “espera que a que o prefeito (João Campos) atenda a reivindicações. A pauta é bem clara e respeita tanto os animais como também a mobilidade urbana”.