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Câmara vota redução de penas do golpe

Em dia tumultuado na Casa, deputados entraram pela madrugada na análise do PL da Dosimetria. Pedidos de adiamento foram negados

Por Cynthia Morato

Deputados passam a madrugada desta quarta (10) emvotação

Sob críticas da esquerda logo após o episódio de agressão a parlamentares do PSol e jornalistas, depois que o deputado Glauber Braga (PSol) ocupou a mesa diretora da Casa em protesto contra a iminente votação do pedido de cassação de seu mandato, a Câmara dos Deputados seguiu normalmente a Ordem do Dia ontem e iniciou às 23h38 a votação do projeto de lei conhecido como PL da Dosimetria. A proposta beneficia diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os investigados e condenados pelos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

Ao longo da votação, foram feitos pedidos de retirada de pauta e adiamento da discussão, todos rejeitados pela maioria. Dezenas de parlamentares também alegaram “questões de ordem”, que é quando se levanta uma dúvida ou contesta a aplicação ou interpretação do Regimento Interno da Casa ou da Constituição. O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos), porém, afirmou que responderia aos questionamentos “em momento oportuno”.

Até a última atualização desta matéria, seguia sendo votado o substitutivo do relator, deputado Paulinho da Força (Solidariedade), para o Projeto de Lei 2162/23, do deputado Marcelo Crivella (Republicanos) e outros. Segundo o substitutivo, os crimes de tentativa de acabar com o Estado Democrático de Direito e de golpe de Estado, quando praticados no mesmo contexto, implicarão o uso da pena mais grave em vez da soma de ambas as penas.

Paulinho da Força disse que é contra a cumulação das penas para esses crimes, por serem “condutas sobrepostas”. Essa foi a argumentação usada pelo ministro Luiz Fux, do STF, no julgamento que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão.

“As pautas extremistas da anistia, de um lado, e da manutenção das condenações desproporcionais, por outro, servem para alimentar conflitos e agradar os radicais, mas não acolhem a visão da maioria da sociedade”, disse.

Ainda de acordo com o relator, a proposta dispõe apenas sobre os crimes relacionados ao 8 de janeiro de 2023. Paulinho da Força também declarou que, caso o projeto seja aprovado, Bolsonaro poder ter a pena reduzida para até 2 anos e 4 meses. (Com Correio Braziliense e Agência Câmara de Notícias)