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Banco Central aponta queda de 0,5% na prévia do PIB

Índice de Atividade Econômica do Banco Central tem terceira retração seguida em julho, com queda de 0,5% na comparação mensal. Setores da indústria e agropecuária registraram os maiores recuos.

Por Diario de Pernambuco

Dinheiro, Real Moeda brasileira

A atividade econômica brasileira registrou uma  queda de 0,5% em julho, marcando o terceiro mês consecutivo de queda, conforme o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado nesta segunda-feira (15). O resultado, que é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), reforça a desaceleração esperada pela política monetária de juros altos, adotada para conter a inflação.


O índice, que havia recuado 0,2% em junho, mostrou uma piora no cenário. A última alta mensal foi em abril, de 0,4%. Na comparação com o mesmo período de 2024, a expansão foi de 1,1%, sem ajuste sazonal. No acumulado dos primeiros sete meses do ano, o crescimento foi de 2,9%, e nos 12 meses até julho, de 3,5%.


Setores em queda
A análise detalhada do IBC-Br revela que a queda da atividade econômica foi impulsionada pelo recuo de importantes setores. A indústria teve a maior retração, de 1,1%, seguida pela agropecuária, com queda de 0,8%. O setor de serviços também registrou um decréscimo, de 0,2%.


A desaceleração, que tem sido constante no segundo trimestre, já era esperada tanto pelo mercado financeiro quanto pelo Banco Central.

A principal justificativa é o atual patamar da taxa básica de juros, a Selic, que está em 15% ao ano — o nível mais alto em quase 20 anos. O Banco Central tem sinalizado que a Selic permanecerá neste patamar por um período prolongado, e as projeções do mercado financeiro indicam que os cortes de juros só devem ocorrer em 2026.


Projeções do mercado
O cenário de juros elevados tem levado a revisões nas expectativas de crescimento do PIB para o ano.

O mercado financeiro projeta uma expansão de 2,16% em 2025, uma desaceleração significativa em relação aos 3,4% registrados no ano passado. O próprio Banco Central estima um crescimento de 2,1% para o ano.


O Banco Central considera a desaceleração da economia como um “elemento necessário” para que a inflação convirja para a meta de 3%. Segundo a instituição, a atividade econômica doméstica tem demonstrado "certa moderação no crescimento" e dados "mistos entre os setores".

A diferença entre o cálculo do IBC-Br e o PIB oficial do IBGE é que o indicador do Banco Central não considera o lado da demanda, sendo uma das ferramentas utilizadas para a definição da taxa de juros do país.