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Sport, Náutico e Santa Cruz: um traço forte da cultura pernambucana"

Passar esse legado para as futuras gerações é uma das missões do Diario de Pernambuco

Marcos Leandro

Publicado: 07/11/2025 às 01:00

Torcida do Sport/ARQUIVO/DP

Torcida do Sport (ARQUIVO/DP)

Independentemente das variações cíclicas naturais do futebol – este ano por exemplo, Santa Cruz e Náutico conquistaram acessos no Campeonato Brasileiro, enquanto o Sport amarga uma campanha vexatória -, o Trio de Ferro da Capital representa uma das bandeiras culturais do estado.

"A gente tem símbolos e entidades muito fortes". Roberto Vieira, pesquisador

Reflexo ou por causa disso, o pernambucano torce (a maioria) para Sport, Náutico e Santa Cruz. Transmitir esse legado às futuras gerações é uma das missões do Diario de Pernambuco.

Para o médico, escritor, pesquisador e estudioso do futebol, Roberto Vieira, a gênese vem da própria história de Pernambuco, marcada por lutas e espírito revolucionário. “A gente tem símbolos e entidades muito fortes, um cenário muito semelhante ao do Rio Grande do Sul. São traços que vem desde os tempos de Maurício de Nassau (maior expoente da presença holandesa na capital pernambucana, no século XVII), com valores de resistência que foram absorvidos pelas artes, arquitetura, carnaval e futebol. O futebol da gente como marca cultural é tão forte como o carnaval e suas agremiações”, destacou Vieira.

A ligação estreita entre esses dois mundos pode ser vista nas várias músicas dos clubes em ritmo do frevo. Como dizia o Mestre Capiba, “sua duas paixões na vida eram música e futebol”, além da mulher, claro.

MASCOTES

Além das músicas, a incorporação dos animais como mascotes ajudou a moldar a história dos nossos principais clubes. “Cada traço da cultura pernambucana tem um sentimento de paixão, entrega e de criatividade.

E ao redor dos times surgem ícones através dos animais (mascotes), como espécies de tribos. No Náutico surge o Timbu, que virou mascote após uma gozação do América e se transformou em marca de superação dos alvirrubros; no Sport, o Leão rubro-negro (símbolo de dominância) após a disputa de um campeonato no Pará; e no Santa Cruz, a Cobra Coral e o extremo sentimento popular. É como se os torcedores fossem incorporando o espírito guerreiro de cada tribo a qual pertence, com paixões únicas”, apontou Roberto Vieira.

Essas características próprias de cada umas das tribos, ou melhor, clubes, levam a dois sistemas: um de querer ganhar do outro e a rivalidade, que fortalece os envolvidos. Por isso, Roberto Vieira combate a tese defendida por alguns que seria melhor se Pernambuco tivesse apenas dois times grandes.

“Pelo contrário, são três vértices complementares que movem a paixão pelos clubes. Cada um com sua formação e característica. O Náutico com a sua origem da aristocracia, o Sport com o perfil dominante e o Santa Cruz com a sua força popular. Ao ponto que, se tirar um dos três, corremos sério risco de acabar com os outros. Assim como não tem Pitombeira sem Elefante e Recife sem Olinda”, finalizou.

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