Em defesa dos professores e dos alunos

Raimundo Carrero
Escritor e jornalista

Publicado em: 17/09/2018 03:00 Atualizado em: 17/09/2018 08:44

Já falei deste assunto em outras ocasiões ou, pelo menos, em outra ocasião. Mas volto com a mesma firmeza e com a mesma determinação. Nossos professores e nossos alunos estão sendo maltratados pelas pesquisas, pelo MEC e agora até pela ONU. Muitos se aproveitam para maltratar nossas escolas. Fico triste, imensamente triste. E combato, sempre.

Acompanho o esforço dos professores e dos alunos quase no dia a dia, vou sempre às escolas e aos colégios para debates, conferências, depoimentos, e testemunho o empenho de cada um. Claro que há falhas, até porque estamos falando da espécie humana. Mesmo assim, há quem resista à ideia do erro inevitável no humano. Tudo bem.

Vou à Escola de Referência Alcides Nascimento, em Camaragibe, pelo menos uma vez por mês para debater com professores e alunos, numa iniciativa da professora Maísa Ribeiro. Estudamos prosa – romance, novela, conto – e todos escrevem. Neste segundo semestre, publicaremos um livro. E as meninas vão preparar um recital. Coisa bonita, elegante, séria. Logo logo farão apresentações públicas, sobretudo no meu Centro Cultural.

É uma experiência magnífica. Há, inclusive, uma breve oficina literária, quando falamos de frases, orações, parágrafos. Adjetivos e advérbios. As professoras estão sempre ali, com um balo esforço. Pouco mais de uma hora, hora e meia de trabalho ou de empenho, porque trabalho é outra coisa. É tão bom, tão estimulante, que nem se chama trabalho. Faço isso com a maior alegria. Ninguém me deve nada, eu não devo nada a ninguém.

As escolas estão ativas, muito ativas. As pesquisas não são suficientes para desmoralizar nossos alunos e nossos professores. É preciso melhorar. Não tenho dúvidas. Mas não tem ninguém de braços cruzados. A Educacão brasileira sempre exigiu muito ou muitíssimo.

Tenho, por exemplo, um grande orgulho das minhas irmãs professoras – Terezinha, Geralda, Maria Anália – e acompanhei nos melhores dias a construção continuada do saber e da inteligência. Devo a elas, inclusive, a minha formação.

Foram minhas professoras e professoras de gerações. Ensinavam e, mais do que isso, estudavam muito. Quer dizer, estudam muito. Foi neste ambiente que me criei e me eduquei. Herdando delas o gosto pela literatura e pela criação. Assim, presto minha homenagem a todos, disposto a colaborar sempre que chamado.

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