Lula livre Lula livro - O processo Dom Casmurro

Raimundo Carrero
Escritor e jornalista
raimundocarrero@gmail.com

Publicado em: 06/08/2018 03:00 Atualizado em: 06/08/2018 09:48

Durante a Festa Literária Internacional de Paraty, este ano, foi lançado o volume Lula Livre Lula Livro com textos de Chico Buarque de Holanda, Gilberto Gil, Raduan Nassar, este escriba que vos fala, Sidney Rocha, Wilson Freyre, e outros vinte nomes escolhidos pelos organizadores Marcelino Freire - que honra a tradição da literatura pernambucana - e Admir Assunção, em momento de profunda radicalização política.

Não se pretendeu um panfleto ou um documento político-partidário, todos tiveram liberdade para escolher os temas - de minha parte escrevi um texto cujo título é: "E se Lula saiu de uma página de Graciliano Ramos?", recorrendo a parágrafos de Vidas Secas, justamente onde Fabiano se manifesta admirando o filho mais velho. Sobretudo porque vejo em Lula um nordestino com alguma coisa de sertanejo responsável pelo desenvolvimento do Brasil.

É claro que o leitor tem todo direito de discordar de mim e até de me julgar ingênuo. Sem dúvida. Mas quero acrecentar que me orgulho muito de ser nordestino e sertanejo, com a vantagem de constatar que esta região tem construído a grande literatura brasileira e alguns dos mais notáveis políticos representados pelos seus líderes mais verdadeiros.

Sendo Antônio Conselheiro o nosso líder mais representativo, em oposição ao doente Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, responsável por esta história de complexo de vira-lata, que os paulistas alimentam com grande orgulho.

Na política, um nordestino surge com muita força. Estou falando de Miguel Arraes, três vezes governador de Pernambuco e comandante de jornadas inesquecíveis. Sem esquecer a grandeza político-religiosa de Dom Hélder Câmara. Além do líder da educação brasileira, nosso Paulo Freire.

No confuso quadro político em que nos encontramos foi criado para Lula o  processo Dom Casmurro em que se fala muito e não se prova nada. Já não digo que seja apenas perseguição, mas juízes e desembargadores também erram, ainda que estejam de férias. A vida é mesmo assim- diz o bolero.

Logo o Supremo tem mais um debate em torno da questão. Vamos ver se alguém sabe Direito, além dos nomes já conhecidos.

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