A síndrome de Pelé (II) Moacir Veloso, advogado

Moacir Veloso
Advogado

Publicado em: 18/07/2018 03:00 Atualizado em: 18/07/2018 11:29

Em agosto de 2014, após o retumbante fracasso da seleção brasileira na Copa do Mundo realizada naquele ano, escrevi um artigo publicado neste prestigioso Diario de Pernambuco, assinalando os malefícios da superexposição e abuso da propaganda em torno do inegavelmente talentoso atleta Neymar. Senão, vejamos um excerto: Eis que, em 2010 surge um possível sucessor do Rei: Neymar, por coincidência, oriundo das divisões inferiores do Santos, mesmo clube que projetou Pelé. O garoto Neymar àquela época revelou assombroso talento, chegando a ser lembrado para a copa de 2010. Não foi convocado, mas evoluiu vertiginosamente jogando no Brasil, até ser negociado com o Barcelona em 2012. A partir daí a sua produção declinou a ponto dele frequentar com assiduidade o banco de reservas do novo clube. Reabilitou-se com uma marcante atuação na Copa das Confederações, com quatro gols marcados. Antes da Copa de 2014, o atleta vinha sendo entronizado como o novo gênio da bola. Além disso, tornou-se uma estrela de comerciais, passando por bala, televisão, energético, cuecas, shampoo, baterias, bancos, materiais esportivos, etc. Na minha opinião, foi por essa via expressa que o atacante e seus colegas de infortúnio, chegaram à desastrosa atuação da seleção na Copa. Até em novela da Globo o atleta atuou. Em 2018, a história se repetiu. Apesar da sua notável performance como goleador, até gênio considerado por alguns, Neymar tem uma compulsão incorrigível, para, em campo, simular faltas que não sofreu com o objetivo de enganar os árbitros. Qualquer empurrãozinho, lá se vai o Neymar rolando no gramado, fazendo caras e bocas, para exprimir um sofrimento que não estava sentindo. Essa conduta inadmissível para um dos melhores jogadores do mundo, rendeu-lhe severas críticas, como por exemplo, o ex-campeão mundial pela Alemanha, Lottar Mathaus: o atacante Neymar é um jogador de nível mundial que não precisa exagerar quando sofre faltas, porque isso não lhe traz nenhuma solidariedade dos torcedores. Neymar não precisa disso. É um dos cinco melhores do mundo. Por que ele precisa de encenação? Após o jogo em que o Brasil venceu o México nesta Copa, por 2 x 0, ele saiu do campo vaiado. Neste embate, as câmaras mostraram uma escandalosa simulação, quando ele sofreu uma pisadela do volante Miguel Layún. Neymar gritou de dor e ficou se contorcendo no chão apesar de Layún, cujo calcanhar não saíra do chão, portanto, não havia colocado seu peso real sobre ele. Não passa de um canastrão em campo, dedicando-se muito mais a cavar faltas do que a procurar o caminho do gol, sua maior virtude. O resultado é que tornou-se alvo de zombaria do mundo inteiro. No Brasil, já ostentava o apelido de cai-cai; na Espanha, chegou como piscineiro. Na minha opinião, o supercraque, nas duas copas em que participou, não jogou nada; está mesmo precisando é de um psiquiatra. Só o penteado que exibiu em umas das suas aparições – levou dois cabelereiros para a Rússia - já demonstrou que, fora de campo, sua conduta exótica é desastrosa. Em campo também. Sua crise de choro após uma pálida vitória sobre a fraca Costa Rica, rendeu-lhe acusações de ser mais umas de suas costumeiras simulações. Quem chorou mesmo foi o menino Pelé quando se viu campeão do mundo aos 17 anos, em 1958, na final contra a Suécia. 

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