Editorial Apostar na inovação

Publicado em: 16/07/2018 03:00 Atualizado em: 17/07/2018 09:28

Um país que não investe em inovação está fadado ao fracasso, atestam todos os especialistas voltados para o estudo do desenvolvimento humano. E o Brasil tem bons motivos para comemorar depois da divulgação da última avaliação de área tão vital para o desenvolvimento social e econômico, já que subiu cinco posições no ranking deste ano do Índice Global de Inovação (IGI). Também tem motivos para lamentar, pois continua longe da liderança entre as nações latino-americanas, colocação mantida pelo Chile, em 47º lugar.

O Brasil figura na 64ª posição, atrás dos vizinhos Uruguai (62ª) e Colômbia (63ª), o que o coloca em situação desconfortável pelo seu potencial e grandeza, de acordo com estudo elaborado, anualmente, pela universidade norte-americana Cornell; a escola de administração francesa Isead e pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI).

Mesmo o Brasil tendo melhorado seu desempenho em setor extremamente estratégico para o crescimento econômico, os governantes têm o dever de proporcionar as condições necessárias para atrair investimentos para a área científica e tecnológica. Este ano, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Sebrae são parceiros na pesquisa, sinal de que o país está atento à necessidade de se acreditar nas possibilidades do setor.

Participaram do levantamento 126 nações, e sua importância pode ser medida pela ajuda que oferece à iniciativa privada na tomada de decisões para investimentos. Os países pesquisados são classificados com base em 80 quesitos. Entre esses itens econtram-se as taxas de depósito de pedidos de propriedade intelectual até a criação de aplicativos para aparelhos portáteis e gastos com educação e publicações científicas técnicas.

O país alcançou sua maior pontuação no IGI desde 2014, depois de dois anos estagnado. Destacou-se nas áreas de gastos com pesquisa e desenvolvimento (P&D); importações e exportações líquidas de alta tecnologia; qualidade de publicações científicas; e projetos e programas desenvolvidos nas universidades, especialmente a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O primeiro lugar no ranking global coube à Suíça, seguida pelos Países Baixos, Suécia, Reino Unido, Cingapura, Estados Unidos, Finlândia, Dinamarca, Alemanha e Irlanda. O que chama a atenção dos pesquisadores é que a China, pela primeira vez, figura na lista dos 20 mais bem colocadas, em 17º lugar. Demonstração de uma rápida e sólida transformação econômica guiada por uma política governamental que prioriza a pesquisa e o intenso desenvolvimento tecnológico. Exemplo a ser seguido pelas autoridades brasileiras para que o país possa realmente almejar seu ingresso no clube das nações mais desenvolvidas do planeta. Assim, é hora de apostar na inovação científica e tecnológica.

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