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LEOA ruge alto em estreia solo após Luisa e os Alquimistas

Ex-Luisa e os Alquimistas, potiguar Luisa Nascim renasce como LEOA em 'Original Malokera', seu primeiro álbumsolo

Allan Lopes

Publicado: 09/06/2025 às 12:19

LEOA é a nova identidade da potiguar Luisa Nascim/Foto: Ian Rassari/Divulgação

LEOA é a nova identidade da potiguar Luisa Nascim (Foto: Ian Rassari/Divulgação)

Após nove anos como vocalista da banda Luisa e os Alquimistas, a cantora Luisa Nascim agora se permite voar sozinha. Ou melhor, rugir sozinha. Sob o nome artístico LEOA, que carrega as iniciais do antigo grupo, a cantora reafirma sua negritude, autonomia e orgulho das raízes nordestinas. Tudo isso pulsa não só na nova identidade, mas também na sonoridade autêntica e versátil de Original Malokera, seu primeiro álbum solo, já disponível nas plataformas.


Ao longo de 15 faixas, o disco costura, com ousadia e sofisticação, referências da América Latina, do Caribe e do Nordeste brasileiro, traduzindo a liberdade criativa e o olhar afiado de quem sabe exatamente de onde veio e para onde quer ir. “Não vou me colocar nessa caixinha em que querem deixar a mulher ou a música nordestina. Eu trago uma proposta com muita personalidade, porque a gente é plural, diversa e intensa”, afirma LEOA, em conversa exclusiva com o Viver.


Antes de se lançar na música, ela encontrou as suas primeiras formas de expressão na arte circense e, assim, rodou o mundo, passando por Espanha, França e Argentina. No meio dessa rota nômade, topou subir ao palco de forma diferente, levando a sua voz. O disco é um espelho dessa trajetória que começou no circo e que, de tantas formas, ainda reverbera nele. “A ideia era justamente trabalhar essa autorreferência, sabe? Ter roupas com meu nome, meu rosto, minha boca estampada. É sobre afirmar quem eu sou”, destaca.


E essa afirmação vai além da estética sonora. Está até no nome. “Começou a me incomodar ser mais uma Luisa com algum sobrenome”, explica a cantora. Ao se chamar LEOA, a artista não apenas se diferencia de outras xarás, mas reforça a identidade forte e indomável que construiu ao longo de anos. “Estou me adaptando para fazer com que esse nome não seja só artístico, mas também algo para a minha vida”, revela.


Original Malokera ganha camadas especiais com participações que reforçam o caráter colaborativo dessa nova fase, como na potente conexão com a pernambucana Uana. Após anos de admiração mútua, elas encontraram na faixa Tropical do Brasil o cenário perfeito para celebrar a força da mulher litorânea nordestina. “Eu sei que, de certa forma, também sou uma referência para ela. E o resultado é uma música muito forte, justamente porque não é um feat pelo feat, não é por estratégia nem por algoritmo”, observa.


Diferente de tudo que já fez até aqui, o disco carrega um significado simbólico e afetivo, praticamente como um retrato de quem a cantora é e de como escolheu ocupar seus espaços. “É o quinto álbum que eu faço, mas o primeiro como LEOA. E só isso já carrega um peso diferente”, aponta. “Quem já se conectava comigo como Luisa, agora vai se aproximar de forma mais intensa”, completa, reforçando que essa nova fase não apaga quem ela foi, mas potencializa quem ela é.

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