Após ser acusada de homofobia, Prefeitura de Garanhuns nega discriminação e desbloqueia "Rua Rosa"
A "Rua Rosa" é considerada um ponto de encontro e acolhimento do público LGBTQIAPN+ do Festival de Inverno de Garanhuns. Neste ano, a via seria fechada para instalação de banheiros, mas a Prefeitura desbloqueou o trecho após manifestações.
Após sofrer pressão popular, a Prefeitura de Garanhuns cedeu ao apelo de moradores e comerciantes que pediam a reabertura da Rua da Prosperidade durante o 33º Festival de Inverno de Garanhuns. A via, conhecida popularmente como “Rua Rosa” ou “Rua Colorida”, teria acesso fechado para o palco principal do evento, causando revolta principalmente na comunidade LGBTQIAPN+, que usa o endereço como ponto de encontro e acolhimento durante o FIG.
Em ofício enviado ao prefeito Sivaldo Albino (PSB), na última terça-feira (8), a Associação Militância Cores da Resistência demonstrou preocupação com a medida, que tinha o objetivo de instalar banheiros químicos no local após o bloqueio. De acordo com o texto, a atitude prejudicaria não só o público LGBTQIAPN+, como também moradores e comerciantes da rua que atuam no festival há mais de 20 anos e já haviam se preparado para trabalhar no período. Além disso, o documento destacou a importância da via para o público em geral, que poderia usá-lo como saída de emergência.
A Prefeitura de Garanhuns manteve a decisão até ontem (10), sendo acusada de homofobia e silenciamento pela comunidade LGBTQIAPN+ em páginas do Instagram, como a @salvearuarosa. No entanto, após muitas manifestações de repúdio à permanência da medida, a gestão municipal voltou atrás e reabriu a rua poucas horas antes da primeira noite do 33º FIG.
Em comunicado publicado em seu perfil do Instagram, a Associação Militância Cores da Resistência agradeceu ao prefeito Sivaldo Albino e à secretária de Cultura de Garanhuns, Sandra Albino, “pela sensibilidade com que trataram a pauta”, apesar de ainda terem deixado alguns banheiros no local.
Procurada pela redação do Diario, a Prefeitura de Garanhuns afirma que a situação foi resolvida “sem problema, com diálogo com os moradores e sem nenhum tipo de discriminação”. Ainda segundo o comunicado, a gestão instalou as barreiras de proteção após a residência de número 52, atendendo os pedidos dos moradores, comerciantes e frequentadores do local.