"Meu filho chora para voltar para casa", diz vítima de explosão de caminhão
Helena Cristina, com os dois filhos de 14 e 9 anos, estão em uma casa alugada e sem móveis, após precisarem sair do abrigo municipal. Eles receberam R$300 do Aluguel Social da prefeitura, mas perderam o direito a refeições
As famílias da Comunidade de Cosme e Damião, em Igarassu, no Grande Recife, atingidas pela explosão do caminhão-tanque que tombou na BR-101, na quinta–feira (10), sofrem para tentar retomar a rotina.
Uma das moradoras mais atingidas pelo incêndio foi a doméstica Helena Cristina, de 36 anos, que teve a casa totalmente destruída.
Nesta sexta (11), horas após o sinistro, ela contou a uma equipe do Diario de Pernambuco como está sendo difícil reconstruir a vida com os filhos de 14 e 9 anos.
“Meus filhos estão muito abalados psicologicamente. O mais novo chora direto, pede para voltar para casa. Ele fala para mim que quer ver a casa dele. Estamos muito abalados com tudo que aconteceu,” afirmou Helena.
Ela e os filhos, assim como outra família afetada pelo sinistro, tiveram que sair do abrigo montado no Complexo de Tecnologia, Empreendedorismo e Negócios (CTEN) nesta sexta (11).
Eles receberam R$ 300 do Aluguel Social da Prefeitura, que será mantido por tempo indeterminado.
Porém, ambas as famílias perderam o direito a fazer as refeições que eram disponibilizadas no local.
“Eu consegui uma casa alugada, mas não tenho móveis. A Prefeitura até disponibilizou alguns colchões, travesseiros e lençóis, mas não falaram nada sobre a alimentação. Eu até recebi uma doação de uma cesta básica de um senhor, mas como vou fazer a comida sem um fogão”, desabafou Helena.
Segundo ela, o valor disponibilizado pela Prefeitura de Igarassu é muito pouco para que ela possa reconstruir a sua vida e que precisou até conversar com a dona da casa alugada para baixar o preço.
“Eu precisei conversar com a dona da casa em que estou para baixar o preço do aluguel, pois não tem casa por R$ 300 aqui em Igarassu. Eu até pensei que a assistência seria maior, pois tenho dois filhos e perdi tudo”, lamenta.
Até a última atualização desta matéria, Helena não tinha sido informada sobre quem vai pagar a reconstrução da casa. Apesar disso, a doméstica ainda tem fé de que conseguirá retomar a rotina.
“Eu tenho fé de conseguir novamente a minha casa e meus móveis. A gente tem que confiar e creio que tudo vai dar certo. Eu vim do pouco e creio que eu vou conseguir novamente,” finalizou.
Situação da área
De acordo com o secretário de Comunicação e Imprensa da Prefeitura de Igarassu, Alex Moriá, duas casas foram interditadas permanentemente, enquanto as outras estão sob avaliação.
Apesar disso, alguns moradores retornaram para as casas, mesmo com a orientação do Corpo de Bombeiros de que o retorno só seria permitido após dois dias do incidente, diante do risco de intoxicação.
A reportagem do Diario de Pernambuco entrou em contato com a Neoenergia para saber se o fornecimento de energia havia sido restituído na localidade, mas não recebemos retorno até a publicação da matéria.
Já o fluxo da BR-101 no sentido João Pessoa foi normalizado, com as três faixas livre, por volta das 19h da quinta (10), segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).