Morte de advogada: testemunha ocular diz que correnteza puxou e vento forte virou veleiro: "vi os dois em cima do casco"
Pedreiro Marcelo Santana prestou depoimento à Polícia Civil e contou como foi o naufrágio que matou a advogada Maria Eduarda Medeiros, de 38 anos. O namorado dela, o médico Seráfico Júnior, 55, escapou
Um pedreiro que mora na área de praia onde a advogada Maria Eduarda Medeiros, de 38 anos, morreu após um naufrágio, em 21 de junho, prestou depoimento à Polícia Civil, esta semana, e contou como tudo aconteceu.
Em entrevista à TV Tribuna, Marcelo Francisco Santana disse que mora na “boca da barra”, em Ipojuca, no Grande Recife, e falou como uma importante testemunha para o caso.
Outras nove pessoas já prestaram depoimentos à Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), na Delegacia de Porto de Galinhas, em Ipojuca, na Região Metropolitana. Parentes da advogada e funcionários do condomínio onde a advogada passava o feriado de São João estão entre os depoentes já ouvidos.
No naufrágio, o namorado da advogada, o médico urologista Seráfico Júnior, de 55 anos, conseguiu sobreviver, após nadar por cerca de três horas. O cão de estimação que estava no veleiro não foi encontrado.
O corpo da advogada foi achado na terça (24), no quarto dia de buscas feitas pelos bombeiros e Marinha do Brasil, que também investiga o caso.
Na entrevista, Marcelo afirmou que, por volta das 17h do dia 21 de junho, viu o veleiro seguindo para a boca da barra.
Nessa área, segundo a testemunha, o mar estava “revolto”. “Havia uma correnteza muito forte no local. Chamei e gritei para dizer que ele não fosse para aquele local”, disse o pedreiro, na entrevista.
Ele lembrou que o médico estava no comando da embarcação quando isso aconteceu. "Cheguei a acenar para que eles subissem o rio, mas a correnteza puxou eles para fora dos arrecifes", contou.
Ventania
Marcelo afirmou, ainda, que, em um determinado momento, bateu um vento “muito forte”, que virou a vela virou de lado.
Assim, o barco foi para o lado do mar aberto. Depois, a embarcação foi atingida por duas ondas, sendo que a segunda provocou o naufrágio.
Ainda conforme o depoimento do pedreiro, com o choque da primeira onda, a advogada teria saído da proa do barco e ido para perto do médico, segurando a cachorrinha.
"Daí, a frente do barco deve ter ficado muito leve e o barco virou", disse.
Drama
A testemunha ocular disse que acompanhou o drama do casal dentro da água. Viu os dois em cima do casco virado da embarcação. Os médicos e a advogada estavam juntos.
"Ele com a mão por trás dela, sempre segurando ela. Durante todo o tempo, eles estavam juntos".
Ele contou também que o médico tentou por três vezes desvirar o barco, mas não conseguiu, provavelmente porque a vela ficou presa embaixo do barco. "Liguei para o 190, falei com a Polícia Militar. Depois, com os bombeiros. Soube da notícia toda no outro dia de madrugada (domingo 22)”, acrescentou.
Por fim, Marcelo disse que já presenciou outros casos desse tipo no mesmo local e fez um alerta. “Foram cinco problemas com barcos e teve até uma morte. O problema é que não se faz nada”.