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Acusado de estupro, empresário Rodrigo Carvalheira passa por nova audiência

Rodrigo Carvalheira esteve na 1ª Vara Dos Crimes Contra Criança e Adolescente da Capital, no bairro da Boa Vista, no Recife, na manhã desta segunda (16), para passar por audiência

Por Nicolle Gomes

Rodrigo Carvalheira é réu por estupros

Acusado de estuprar diversas mulheres, Rodrigo Carvalheira passa por uma audiência de instrução e julgamento referente a uma segunda denúncia de estupro de vulnerável pela qual é réu, nesta segunda (16). Na época do crime, a vítima era menor de idade, por isso, a audiência aconteceu na 1ª Vara Dos Crimes Contra Criança e Adolescente da Capital, na Boa Vista, no Recife.

O processo é o segundo em curso na Justiça, além de outras quatro denúncias contra Rodrigo. Na audiência de hoje (16), ele é ouvido por dois crimes contra a mesma vítima: estupro e estupro de vulnerável.

O Diario esteve na 1ª Vara Dos Crimes Contra Criança e Adolescente da Capital, no bairro da Boa Vista, no Recife, onde acontece a audiência nesta segunda (16). Além da vítima e do Rodrigo, outras nove testemunhas são ouvidas.

A equipe de reportagem conversou com a mãe de uma das testemunhas, que também alega ter sido vítima de Rodrigo, quando ainda era menor de idade, em 2005. O crime desta contra testemunha, segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), prescreveu.

“O caso dela foi prescrito, mas é muito importante porque não é só ela, são muitas mulheres. E, às vezes, a pessoa precisa ter determinadas posturas de cidadania. É uma luta que não é só nossa, mas de todas as mulheres”, explicou a mulher, que preferiu não se identificar.

Ela também falou sobre o trauma que a filha precisa enfrentar desde os abusos sofridos.

“Ela tem feito terapia, mas mesmo assim, é uma coisa muito traumática. Ela foi vítima dele por duas vezes, na primeira vez, tinha 16 anos. O segundo foi parecido, também foi dopada, quando tinha 18 anos”, relembrou.

“Ela só ficou sabendo do que aconteceu na primeira ocasião, quando tudo isso veio à tona, com gravações, inclusive, com a própria voz dele. Ele fala desse acontecido com ela. Ela se recorda só de flashes. Mas desde o primeiro momento soube que foi abusada porque ficou machucada, com hematomas. Na época, ela não quis falar nada”, continuou.

Segundo a mãe, a expectativa é de que Rodrigo seja condenado.

“Espero que ele pague por tudo. É importante que a justiça entenda que ele tem um modo de funcionamento e que é o perigo esse homem ficar solto. Porque existem muitas mulheres no mundo e a gente sabe do que ele é capaz de fazer”, finalizou.

Relembre o caso

Rodrigo Carvalheira é empresário do ramo imobiliário e alvo de três processos por violência sexual contra diversas mulheres. Ele foi também indiciado por estupro de vulnerável. Em maio de 2024, a Polícia Civil concluiu os dois últimos inquéritos que investigavam denúncias de violência sexual.

Outros dois crimes pelos quais ele era investigado prescreveram, mas a polícia concluiu que também houve estupro de vulnerável. Os casos aconteceram entre 2005 e em 2019.

Rodrigo foi preso preventivamente em 11 de abril de 2024. Ele ficou seis dias preso no Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife, sendo solto com uso de tornozeleira eletrônica.

Na época, Rodrigo afirmou ser vítima de uma “conspiração política”, que estava surpreso pelas acusações. A prisão foi decretada para evitar que ele atrapalhasse as investigações.

Carvalheira foi preso novamente em 6 de junho de 2024, a pedido do Ministério Público de Pernambuco, por ligar para o tio de uma suposta vítima em 2023. O MPPE entendeu que o empresário estaria novamente interferindo nas investigações. Após passar cinco meses detido, Rodrigo recebeu liberdade em novembro de 2024.

Padrão do crime

Segundo os relatos das vítimas, Rodrigo tomava vantagem de relações de amizades diretas e indiretas para chegar às meninas. Ele agia sempre da mesma forma: oferecia bebidas e medicações que afetavam os sentidos das vítimas, e com elas inconscientes, ele cometia os abusos.

Segundo a Polícia Civil, uma das vítimas sofreu a violência sexual no dia do próprio aniversário de 16 anos, em 2009. Outra mulher também tinha 16 anos quando foi vítima do crime, em 2005. Esses são justamente os casos que prescreveram.

Dessas duas vítimas, uma delas foi estuprada quando estava em estado de embriaguez e outra quando estava sob o efeito parcial de embriaguez.