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TRAÇÃO ANIMAL

Carroceiros do Recife são cadastrados e devem mudar de atividade, diz prefeitura

Segundo a Prefeitura do Recife, até o dia 30 de junho, eles serão identificados e contabilizados para serem inseridos em projetos de apoio. Nesta segunda (16), a categoria fez bloqueios simultâneos e travou trânsito

Larissa Aguiar

Publicado: 16/06/2025 às 15:14

Os carroceiros e animais usados para puxar carroças são alvo de um censo no Recife.

Segundo a prefeitura, até o dia 30 de junho, eles serão identificados e contabilizados para serem inseridos em projetos de apoio, já que não poderão mais trabalhar dessa forma, e deverão passar por uma transição e atividade.

A informação foi repassada, nesta segunda (16), depois de uma série de procedimentos realizados pelos carroceiros. Ao menos seis pontos do Recife foram bloqueados e o trânsito teve um dia complicado.

Os trabalhadores que usam carroças contestam uma lei, que determina a remoção de veículos de tração animal.

A mobilização provocou retenções em importantes vias da capital, como a Avenida Agamenon Magalhães e a Avenida Norte, gerando congestionamentos e atrasos no deslocamento de trabalhadores e estudantes.

Com faixas e cavalos, os carroceiros reivindicaram mais diálogo e assistência por parte do poder público, afirmando temer perder sua principal fonte de sustento.

O que diz a prefeitura

Por meio de nota, a prefeitura afirmou que "mantém o diálogo aberto com a categoria e destacou que o processo em andamento tem como foco o bem-estar animal aliado à proteção social dos trabalhadores".

A gestão municipal explicou que, nos últimos anos, tem promovido encontros com representantes de carroceiros e vaqueiros para discutir alternativas de renda e inclusão no mercado de trabalho.

Ainda segundo o município, até o fim do censo, "os animais e as carroças estão apenas sendo cadastrados e identificados, sem qualquer apreensão. Cada equino receberá um microchip com número de identificação, enquanto as carroças ganharão um adesivo impermeável".

A partir de agosto, os carroceiros cadastrados serão convocados para validar as informações fornecidas.

Aqueles que atenderem aos critérios estabelecidos poderão receber uma indenização pela entrega voluntária do animal e da carroça.

"Além disso, os trabalhadores terão acesso a uma série de políticas públicas de apoio, incluindo cursos de qualificação profissional, programas de empreendedorismo, intermediação de emprego através do GO Recife e possibilidade de contratação para a equipe de limpeza urbana da Emlurb", acrescentou.

A administração municipal disse, ainda, que a meta não é "punir ou criminalizar os carroceiros", mas oferecer "alternativas dignas e sustentáveis de trabalho".

“Nosso compromisso é garantir que nenhuma família fique desassistida nesse processo de transição, que tem como princípio o respeito ao trabalhador e aos animais”, reforçou a gestão em nota oficial.

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