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JABOATÃO

Após anos de espera, Mercado de Cavaleiro deve ser recuperado

Anúncio de recuperação do mercado aconteceu na manhã desta quarta (4), em evento com a governadora Raquel Lyra, que assinou a ordem de serviço

Nicolle Gomes

Publicado: 04/06/2025 às 15:54

Mercado de Cavaleiro vai passar por reformas/Miva Filho/Governo de Pernambuco

Mercado de Cavaleiro vai passar por reformas (Miva Filho/Governo de Pernambuco )

Após anos de espera, o Mercado de Cavaleiro receberá reforma na sua estrutura. Nesta quarta (4), a governadora Raquel Lyra (PSD) assinou a ordem de serviço que garante um investimento de mais de R$ 10 milhões, também para o Mercado de Mangueiras e Jordão, e o Pátio da Feira de Jaboatão Centro.

Os serviços devem cobrir a requalificação das instalações elétricas e hidrossanitárias, além da construção de uma nova Praça de Alimentação, com boxes de alimentação. Além de também serem realizados serviços no anexo do mercado. As obras estão previstas para ter início em 15 dias.

“São mais de R$ 6 milhões de investimento para garantir bem-estar e para que a gente possa fomentar o comércio local”, disse a governadora em discurso.

O prefeito de Jaboatão Mano Medeiros esteve no evento e destacou a importância dos quatro equipamentos na economia da cidade.

“Modernização e ampliação do mercado, isso é qualidade de vida, é um fortalecimento do pertencimento da população desses que operam o mercado”, disse o prefeito.

Urgência

A situação no Mercado de Cavaleiro pede atenção desde muito tempo. Uma equipe do  Diario esteve lá e conversou com comerciantes para melhor entender a realidade de quem vive do comércio no local. Hoje, a manutenção da segurança de quem trabalha no local é o ponto mais carente, segundo os trabalhadores.

A comerciante Rejane Torres, de 52 anos, trabalha há 15 anos com uma loja de frios dentro do Mercado de Cavaleiro, após herdar do pai a gestão do local. Na última semana, ela foi furtada, e teve um prejuízo de cerca de R$ 10 mil. Ela atribui à falta de segurança a perda de muitos clientes.

“Como comerciante (o problema) é a segurança mesmo, que tá uma coisa horrorosa. É o ponto principal, a segurança da gente, que a gente sai e fica sem confiança de quando voltar, você encontrar tudo como deixou. Eu passei por isso, eu sei”, explicou.

Ela não recebeu nenhum tipo de apoio da gestão do Mercado. “Esse negócio de gestão de mercado é difícil aparecer. Ninguém vem atrás não”.

Para ela, o problema poderia ser resolvido se o local fosse fechado no período da noite. “Acho que todo comerciante queria que tivesse grades, fosse tudo fechadinho, como em Afogados e em outros mercados”, argumenta, relembrando o furto que sofreu.

“A gente fica tudo triste aqui. Eu bem fiquei assim. Pensei: ‘Meu Deus, a gente vai para ali para ganhar o pão da gente de cada dia, que eu dependo disso, eu trabalho, mas a gente não tem um ambiente de trabalho’”, continuou.

A esperança dela é que a segurança do local seja reforçada dentro do pacote de investimentos e reformas previstos: “Se cuidar nesse pontinho (da segurança já melhorava muito, ia voltar mais cliente, a gente ia ter mais confiança”, confessou.

Elisângela Santos, de 40 anos, hoje administra a loja de cereais e estivas que já passou por duas gerações da família. Ela também conversou com o Diario sobre como é a realidade de ser comerciante no mercado, função que exerce há 15 anos. No relato dela, a segurança também foi ponto crítico.

“Em primeiro lugar, precisa melhorar a segurança. Se tivesse um projeto para fechar esse mercado, para a gente seria bom”, disse.

Ela explicou que os próprios comerciantes estão pagando por uma segurança privada, mas que ainda assim não conseguem garantir que os locais estejam fora de risco de furtos.

“A única opção que a gente tem é pagar essa segurança por fora, mas não tá dando conta. Até porque esse mercado é um dos maiores mercado que tem, ele é muito grande, tem muitas entradas, vários acessos. Em todos os mercados e feiras livres têm guarda municipal, tem uma algum órgão da prefeitura para ser responsável, e aqui a gente não tem isso”, relatou.

Um problema relatado por ela é que devido à falta de isolamento do local, à noite, quando o comércio não funciona, o espaço vira ponto de uso de drogas e prostituição.

O sistema elétrico do mercado também preocupa. Segundo Elisângela, focos de fogo são frequentes nos fios.

“A instalação elétrica também é precária pela quantidade de box. O fio não aguenta, começa a derreter, pega fogo. E a gente é que tem que dar um jeito. Quando chove e a pingueira cai em cima da fiação, aí começa a sair fogo”, falou.

A chuva também representa problemas de infiltração, que sempre são resolvidos pelos próprios comerciantes, que precisam realizar obras dentro dos seus espaços: “Para não ter infiltração na laje, cada um já começa a fazer a sua coberta individual por conta própria”.

A esperança é que, com os investimentos, o mercado possa se desenvolver e funcionar melhor, explica Elisângela.

“A gente espera que realmente a verba seja usada, seja bem distribuída, que seja investida em um material melhor para que dure mais, em fiscalização e que tenha alguém por aqui para quando começarem os primeiros problemas, a gente tenha a quem recorrer”, desejou.

 

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