Após suspenderem greve para negociação, professores do Recife recusam nova proposta
Professores seguem em assembleia permanente no Pátio da Prefeitura

Professores da rede municipal de ensino do Recife rejeitaram, mais uma vez, a proposta apresentada pela prefeitura após participarem de uma de uma nova rodada de negociação na tarde desta segunda-feira (19). A comissão de negociação do Sindicato das Professoras e dos Professores do Recife (SIMPERE) esteve à frente do diálogo com a gestão.
A proposta apresentada foi de 1,5% de reajuste retroativo a janeiro, ampliado para 2,5% a partir de maio. Além disso, a Prefeitura ofereceu os 4,41% restantes como abono salarial, pago em uma parcela única, referente ao período de janeiro a dezembro de 2025, sem data para pagamento.
A expectativa da categoria era de que a gestão municipal cumprisse a Lei do Piso e aplicasse o reajuste salarial de 6,27% na carreira, principal reivindicação que motivou a deflagração da greve no dia 9 de maio. Os professores também exigem a reposição das perdas salariais acumuladas nos últimos anos e melhores condições de trabalho nas escolas da rede municipal.
De acordo com o sindicato, a proposta vai contra a Lei do Piso do Magistério e ignora a principal reivindicação da categoria: o reajuste integral de 6,27% aplicado na carreira, com reposição das perdas acumuladas nos últimos anos.
Na manhã desta segunda-feira, os professores decidiram, em assembleia realizada no Pátio da Prefeitura, suspender temporariamente a greve da rede municipal para retomar as negociações.
A assembleia permanente da categoria, continua nesta terça-feira (20) a partir das 9h. “Temos uma base mobilizada, consciente e presente. Essa participação massiva mostra que estamos unidos em defesa dos nossos direitos e da educação pública de qualidade. Seguiremos firmes até que a gestão respeite nossa pauta”, destaca Anna Davi, também da coordenação do sindicato.
Diante da rejeição da proposta, uma nova reunião entre a comissão do sindicato e a gestão municipal está marcada para esta terça-feira (20). A categoria permanece em estado de alerta e voltará a se reunir após a nova rodada de negociação.
“A greve, é o último instrumento que o trabalhador tem. Ele não opta pela greve, ele é levado a greve, porque o governo não negociou. A população precisa entender que a gente também está na luta por outras situações que cabem para os estudantes. Não é só a falta financeira. A gente tem a falta da garantia do profissional de atendimento educacional especializado, falta da climatização das escolas, entre outras questões”, pontua Bianca Lima, integrante da direção do SIMPERE em entrevista ao Diario de Pernambuco.