° / °

Vida Urbana
IBGE

Censo: Pernambuco tem a 3ª maior proporção de pessoas com deficiência do Brasil

IBGE contabilizou 788.647 pernambucanos com deficiência

Milena Galvão

Publicado: 23/05/2025 às 13:20

Pessoas com deficiência (PCD)/Paulo Pinto/Agência Brasil

Pessoas com deficiência (PCD) (Paulo Pinto/Agência Brasil)

Dados do Censo Demográfico 2022 divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que Pernambuco tem a terceira maior proporção de pessoas com deficiência do país: 8,9%. A porcentagem representa 788.647 pernambucanos com 2 anos ou mais.

O estado empatou com o Ceará. Os dois estão atrás de Alagoas (9,6%) e Piauí (9,3%), também localizados no Nordeste, região que concentra os maiores índices de deficiência no Brasil. A média nacional é de 7,3%.

Segundo o IBGE, fatores como envelhecimento da população, acesso limitado a serviços básicos e desigualdades regionais contribuem para os índices mais altos no Nordeste. “A maior incidência de deficiência na região é um reflexo das desigualdades sociais e econômicas”, afirma Luciana dos Santos, analista do IBGE.

O levantamento também aponta os municípios com maior número de pessoas com deficiência em Pernambuco. Recife lidera o ranking, com 122.561 pessoas. Em seguida vêm:

Jaboatão dos Guararapes – 57.399

Caruaru – 29.897

Paulista – 29.836

Olinda – 28.579

As mulheres com deficiência em Pernambuco eram 465.508 e os homens, 323.139. O fenômeno se repete em todas as Grandes Regiões do país e pode estar associado à maior longevidade feminina na população brasileira.

Entre os municípios pernambucanos, as mulheres com alguma deficiência só não eram mais numerosas em Manari, Ingazeira, Granito, Terra Nova, Carnaubeira da Penha, e na Ilha de Itamaracá.

Perfil da população com deficiência

Entre os 14,4 milhões de brasileiros com deficiência, 45,4% têm 60 anos ou mais, faixa etária em que as limitações funcionais se tornam mais frequentes. O dado reforça a relação entre o envelhecimento e o aumento da prevalência da deficiência.

As mulheres são maioria nesse grupo: 8,3 milhões, contra 6,1 milhões de homens. 

Principais tipos de deficiência

A dificuldade funcional mais comum entre as pessoas com deficiência no Brasil é a de enxergar, mesmo com o uso de óculos ou lentes de contato, afetando cerca de 7,9 milhões de pessoas. Em seguida, aparecem a dificuldade para andar ou subir degraus, que atinge 5,2 milhões; as limitações relacionadas à destreza manual e às funções mentais, com 2,7 milhões de casos cada; e a dificuldade para ouvir, mesmo com o uso de aparelhos auditivos, que afeta 2,6 milhões de brasileiros.

Cerca de 2% da população com dois anos ou mais apresenta duas ou mais limitações funcionais. No Nordeste, esse índice sobe para 2,4%, o mais alto entre as regiões.

Desigualdade educacional

O Censo mostra também que 63,1% das pessoas com deficiência com 25 anos ou mais não completaram o ensino fundamental. Apenas 7,4% chegaram ao ensino superior, em contraste com 19,5% das pessoas sem deficiência.

A taxa de analfabetismo entre pessoas com deficiência com 15 anos ou mais é de 21,3%, quatro vezes maior do que a registrada entre pessoas sem deficiência (5,2%). O Nordeste concentra quase metade (48%) das pessoas com deficiência e analfabetas do país.

Os dados completos estão disponíveis no portal do IBGE e podem ser consultados em plataformas como o SIDRA, o Panorama do Censo e a Plataforma Geográfica Interativa (PGI). Nessas duas últimas, é possível visualizar as informações também por meio de mapas interativos.

Mais de Vida Urbana