MÚSICA

Johnny Hooker canta bregafunk com Pabllo Vittar em remix de ''Cuba''

Dando sequência às comemorações dos 20 anos de carreira, Johnny Hooker lança remixes dos seus maiores sucessos

Publicado em: 21/06/2024 06:00

Johnny Hooker explora o beat do bregafunk em remix de ''Cuba'' (Foto: Carlos Salles
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Johnny Hooker explora o beat do bregafunk em remix de ''Cuba'' (Foto: Carlos Salles )
Em constante renovação musical, Johnny Hooker decidiu dar uma roupagem diferente aos seus maiores sucessos para marcar os 20 anos de carreira. Depois dos remixes de Caetano Veloso (2017), lançados no mês passado, chegou a vez de Cuba, do álbum Orgia (2022), ser reinventada com uma nova sonoridade. Além do beat contagiante de bregafunk, a faixa inclui a voz de Pabllo Vittar, que volta a trabalhar com Hooker, e a produção do DJ pernambucano Marley no Beat. A música já pode ser ouvida em todas as plataformas digitais. 

Dançante, pop e contemporânea, a nova versão de Cuba é uma excelente pedida para diferentes ocasiões, recomenda o cantor recifense. "O mais legal desse remix é que ele funciona tanto para as pistas em um Brega Naite, Odara, Baile do Marley ou Terça do Vinil, quanto para ouvir enquanto se pega uma prainha à tarde com os amigos ali no Pina, cervejinha na mão... é o que eu chamo de ferveção tropical”, destaca ao Viver. As referências ao bregafunk, que já se faziam presentes na versão original de Cuba, encontram seu ritmo para embalar as noites recifenses. "Tocou um brega funk/Que a gente dançou/DJ aumenta o som/Que essa é de amor", entoa Hooker na faixa do disco Orgia.

Johnny ressalta o carinho que tem por Cuba, uma música que se destacou espontaneamente em sua carreira. “Essa música é muito especial e não poderia deixá-la de fora desse projeto. A ideia dos remixes é justamente resgatar essas músicas que tanto significam para mim e para os meus fãs. Agora, somando forças com outros nomes que admiro”, afirma. Um dia após o lançamento do single em 2022, o cantor manifestou decepção com o baixo rendimento da música e cogitou abandonar a carreira. “Não há mais demanda pelo meu trabalho”, disse na época. Atualmente, Cuba é a terceira faixa mais ouvida do artista no Spotify e acumula quase 500 mil visualizações no Youtube.

A influência de Madonna e David Bowie, dois ícones visionários da música, levou Johnny Hooker a buscar novas abordagens para suas composições anteriores. Bowie e a Rainha do Pop revolucionaram a indústria, tanto na moda quanto na sonoridade, ao incorporarem diversas tendências ao longo de suas carreiras. Alinhado com essa visão, Hooker busca experimentar sonoridades inéditas no projeto de remixes e, para isso, teve a contribuição de Marley no Beat em Cuba e de Léo D e a equipe da Brabo Music nos dois remixes de Caetano Veloso.

A Brabo Music - composta por Maffalda, Gorky e Zebu - é a produtora que trabalha com Pabllo Vittar, logo, era apenas uma questão de tempo até que uma nova colaboração entre a diva drag queen e o cantor pernambucano ocorresse. Hooker revela que foi a própria Pabllo quem teve a iniciativa de participar de Cuba. “O mais legal foi que ela mesmo escolheu Cuba porque já curtia muito a música! E ficou uma delícia! Não tenho nem palavras pra ela, fico emocionado, sempre foi a pura generosidade e carinho comigo!”. As vozes da dupla já haviam se encontrado em Flutua (2021), que também teve a presença de Majur.

A parceria musical se estende para o campo de batalha, onde Johnny Hooker e Pabllo Vittar ocupam a linha de frente da desconstrução dos conceitos tradicionais de masculinidade e de arte. "Nós dois temos um projeto artístico que provoca o olhar, seja pela sensualidade ou pelo discurso de liberdade. Isso se choca com o projeto de poder neopentecostal em curso no Brasil desde a década de 90”, comenta Hooker. Embora seja alvo de censura e perseguição de forma recorrente, o artista celebra a oportunidade de combater o discurso reacionário. “Que bom chegamos nesse momento. Os artistas estão aqui para perturbar a paz”, diz, em citação ao escritor James Baldwin. 

Para celebrar as duas décadas de carreira, uma turnê especial também está em andamento. Já foram realizados sete shows no Rio de Janeiro e São Paulo, com o último ocorrendo na quinta-feira (19), mas novas datas serão divulgadas em breve, e Recife será adicionado ao circuito. “Não vejo a hora de aterrissar no Recife para encontrar meu público tão amado! A turnê conta a história da minha vida e carreira até aqui, como num filme, com o auxílio de projeções e dançarinos, é bem cinematográfica, e Recife está bem presente porque foi a cidade onde nasci e morei por mais de 20 anos”, ressalta Johnny.
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