Combate ao feminicídio

Instituto Banco Vermelho combate feminicídio e lidera iniciativas em todo o Brasil

Em combate à violência contra a mulher, entidade promove amplo debate sobre o tema por meio de intervenções urbanas, movimentos culturais e ações educativas

Publicado em: 14/06/2024 17:48 | Atualizado em: 14/06/2024 17:51

O Instituto Banco Vermelho teve início em 25 de novembro de 2023 após a publicitária e ativista recifense Andrea Rodrigues e a executiva de marketing Paula Limongi decidirem combater o feminicídio (Foto: Divulgação)
O Instituto Banco Vermelho teve início em 25 de novembro de 2023 após a publicitária e ativista recifense Andrea Rodrigues e a executiva de marketing Paula Limongi decidirem combater o feminicídio (Foto: Divulgação)
Pernambuco registrou 93 casos de feminicídio em 2023, colocando o estado no topo do ranking do Nordeste em 2023, segundo dados divulgados pela Rede de Observatórios da Segurança. Para reverter este cenário no estado, o  Instituto Banco Vermelho (IBV) tem desenvolvido diversas ações de conscientização, prevenção e combate a este tipo de crime.

O Instituto Banco Vermelho teve início em 25 de novembro de 2023 após a publicitária e ativista recifense Andrea Rodrigues e a executiva de marketing Paula Limongi decidirem combater o feminicídio. Ambas passaram por cenários delicados envolvendo este tipo de crime.

“Quando perdi a minha amiga Patrícia, morta pelo ex-marido em 2018, no decorrer do processo de luta por justiça, entendi que não era uma luta apenas por ela e sim por todas nós. No final desse processo, resolvi seguir lutando para que nenhuma mulher a mais tenha a sua vida ceifada por esse crime. Para isso, busquei inspiração no sociólogo Paulo Freire que ensinava que o aprendizado se dá pelo cotidiano. Daí surgiram os nossos ícones de luta como o banco de praça, ou qualquer outro elemento que faça parte do cotidiano das pessoas, para que pudéssemos passar mensagens de prevenção", conclui Andrea Rodrigues, presidenta do Instituto Banco Vermelho (IBV). 

Além disso, ressalta que sua parceira neste movimento, Paula Limongi, chegou para complementar a força de enfrentamento da violência contra a mulher. 

“Paula também tem experiências marcantes na causa por meio da convivência com os filhos de Maristela Just, assassinada pelo marido em 1989. Além disso, foi imensamente impactada com a partida precoce da sua colega de escola, Renata Alves, vítima de feminicídio em 2022”, completa Andrea.
 (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação

Agora, o Instituto Banco Vermelho firmou uma parceria com o Hub Plural, uma empresa privada que disponibiliza espaços para reuniões profissionais.

“Os primeiros abraços são importantes e inesquecíveis. Quando uma empresa privada entende a luta e apoia a causa todo mundo ganha", destaca Paula Limongi, diretora executiva do Instituto Banco Vermelho.

Como o Instituto Banco Vermelho atua

Uma das ações mais marcantes promovida pelo Instituto é a instalação de bancos vermelhos gigantes pelas cidades. De acordo com elas, o banco é grande pelo fato da luta contra o feminicídio também ser.

Cada estrutura exibe mensagem de reflexão sobre o tema e traz uma placa com informação dos canais de ajuda às vítimas. O banco vermelho é um elemento de acolhimento, reflexão e informação.
 
A entidade atua ainda na articulação com os mais diversos poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), bem como com as empresas privadas, para o desenvolvimento e o engajamento de iniciativas que viabilizem a amplificação da pauta junto à população. 

Além disso, o movimento promove ações culturais e educativas voltadas ao tema para diferentes públicos a fim de combater o feminicídio através da informação.
 
“Não podemos ficar sentadas no banco esperando que os homens parem de nos matar. É hora de levantar e agir! E a mudança de cultura de comportamento e a realização de ações efetivas de prevenção são os caminhos para evitarmos que mulheres percam suas vidas, que se tornem números em estatísticas’’, destaca Paula Limongi.
 
Projetos e articulações

O Instituto Banco Vermelho conta com um Projetos de Lei Municipais aprovados no Recife e em Araguaína, no Tocantins, um Estadual protocolado e em tramitação no Estado de Pernambuco; um Projeto de Lei Federal já aprovado, e frente de articulação direta junto ao Senado Federal, proposto pela Deputada Maria Arraes.
 
Atualmente o projeto já foi implantado através de bancos gigantes e/ou bancos pequenos em Pernambuco, Distrito Federal, Tocantins, São Paulo, Maranhão, Espírito Santo e em tratativas com diversos estados. Além de um exemplar fixo no Senado Federal.

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