INDÚSTRIA DE BASE

Siderúrgicas anunciam R$ 100,2 bilhões em investimentos no país até 2028

O anúncio ocorre após o governo aumentar o imposto de importação do aço, depois da demanda do setor siderúrgico contra concorrência desleal

Publicado em: 20/05/2024 18:14 | Atualizado em: 20/05/2024 18:15

Presidente Lula e ministros do governo recebem representantes da indústria siderúrgica no Planalto (foto: Victor Correia/CB/D.A. Press)
Presidente Lula e ministros do governo recebem representantes da indústria siderúrgica no Planalto (foto: Victor Correia/CB/D.A. Press)

Empresas do setor siderúrgico anunciaram nesta segunda-feira (20) um investimento de R$ 100,2 bilhões no Brasil até 2028. O valor foi divulgado em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com ministros da área econômica no Palácio do Planalto, na tarde de hoje.

 

O investimento ocorre em contrapartida à decisão do governo de aumentar impostos sobre a importação de alguns produtos de aço, de acordo com o volume comprado. O setor reclamava de concorrência desleal com o metal estrangeiro, levando a uma alta ociosidade para a indústria brasileira do aço. 

 

Segundo o presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, Jefferson de Paula, o setor representou um investimento de R$ 162 bilhões nos últimos 15 anos, e gera dois milhões e 900 mil empregos. Porém, apesar da capacidade instalada para produzir 51 milhões de toneladas, a produção em 2023 foi de apenas 26,6 milhões.

 

Ele citou ainda o grande aumento na importação de aço nos últimos anos e que, atualmente, os importados representam 26% do aço utilizado no Brasil. Desse valor, a maioria vem da China, maior produtor do mundo. “Apenas em 2023, as importações chinesas representaram 58% das importações no Brasil”, afirmou de Paula.

 

Em abril, o governo federal anunciou a elevação para 25% do imposto de importação sobre 11 produtos do aço, além de estabelecer uma cota de volume de importação para cada um deles. Na prática, a tarifa mais elevada só será cobrada para importações maiores do que a cota. Nos demais casos, ela mantém a taxa atual, entre 12 e 13%.

 

O presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Ricardo Alban, por sua vez, citou que outros setores enfrentam problemas de concorrência com as importações, como petroquímico, químico, fertilizantes e construção civil.

 

 

Crescimento da importação

 

Em coletiva de imprensa após o anúncio, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou que a cota de importação é uma medida inédita no Brasil.

 

“Houve uma grande preocupação em relação à importação de aço. Nos últimos anos, teve um crescimento muito grande da importação, levando a uma ociosidade de uma indústria de base importante”, comentou o vice-presidente. Ele destacou ainda que foram aplicados cinco mecanismos antidumping, ou seja, contra a comercialização de produtos abaixo do preço de mercado, e que outras 10 investigações estão em curso.

 

Para Alckmin, os anúncios de investimentos de outras indústrias, como a automobilística, representam um aumento do consumo de aço no país e, consequentemente, uma oportunidade para diminuir a ociosidade do setor siderúrgico.

 

 

Confira as informações no Correio Braziliense.

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