GUERRA

OTAN reitera que deve findar restrições de uso de armas pela Ucrânia e Rússia faz ameaças

Líder da aliança militar salientou que a decisão de levantar as restrições a Kiev depende e cabe a cada Estado-membro

Publicado em: 28/05/2024 15:19

Assembleia Parlamentar da OTAN aprovou uma declaração de apoio à capacidade da Ucrânia de atacar alvos militares na Rússia também com armas fornecidas pelos aliados (Foto: KENZO TRIBOUILLARD/AFP via Getty Images)
Assembleia Parlamentar da OTAN aprovou uma declaração de apoio à capacidade da Ucrânia de atacar alvos militares na Rússia também com armas fornecidas pelos aliados (Foto: KENZO TRIBOUILLARD/AFP via Getty Images)
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, reiterou hoje na reunião da aliança no Comitê de Segurança com os ministros da Defesa, que este é o momento para os países que fornecem armamento ao governo ucraniano findarem com as restrições quanto ao uso dessas armas. 
 
“Alguns membros da Aliança Atlântica enviaram armas para Kiev, mas com a indicação de que não pode ser usado em alvos fora da Ucrânia. Uma indicação que não faz qualquer sentido”, defende Stoltenberg.
 
No entanto, o líder da aliança militar salientou que, mesmo assim, a decisão de levantar as restrições a Kiev depende e cabe a cada Estado-membro. Stoltenberg também garantiu que a OTAN não vai enviar tropas para a Ucrânia e ressaltou que a entrega de equipamento ao país para que se possa defender não é o mesmo que fazer parte do conflito.
 
Por sua vez, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, alertou esta terça-feira a Europa das graves consequências se os países da OTAN permitirem que Kiev utilize armas ocidentais contra alvos em território russo. "Estes representantes dos países da OTAN, especialmente na Europa, especialmente nos países pequenos, devem saber com o que estão brincando. Devem se lembrar que, regra geral, são Estados com territórios pequenos, mas densamente povoados", ameaçou, acrescentando que este é o fator que os países ocidentais devem ter em conta antes de falarem em lançar ataques contra o interior do território russo.
 
"Esta escalada constante pode ter consequências graves e, se essas consequências graves se fizerem sentir na Europa, como é que os Estados Unidos vão reagir? Será que eles querem um conflito global", questionou Putin.
 
Moscou advertiu recentemente que o apelo de Stoltenberg escala as tensões, caso, a Ucrânia seja autorizada a atingir alvos em solo russo com armas aliadas e que a Aliança Atlântica agrava a situação com a retórica militar, de acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry  Peskov.
 
A Itália e a França já recusaram que seja permitido que a Ucrânia use armas que lhe são fornecidas contra alvos em território russo, enquanto a República Checa admitiu essa possibilidade. "É totalmente lógico", disse o primeiro-ministro checo, Petr Fiala.
 
Na segunda-feira (27), a Assembleia Parlamentar da OTAN, instituição independente da Aliança Atlântica, aprovou uma declaração de apoio à capacidade da Ucrânia de atacar alvos militares na Rússia também com armas fornecidas pelos aliados. O texto foi aprovado por 47 dos 56 países ou instituições que compõem o organismo, que funciona como uma espécie de ligação entre a OTAN e os parlamentos dos países membros da aliança militar.
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