GUERRA

Ministros de Israel divergem sobre futura administração de Gaza

O primeiro-ministro israelense anunciou que não vai permitir a administração da Faixa de Gaza pela Autoridade Palestina, enquanto o ministro da Defesa afirmou que não vai deixar que Israel governe o local

Publicado em: 15/05/2024 17:36

Fotografia tirada da fronteira sul de Israel com a Faixa de Gaza mostra edifícios destruídos no território palestino (Foto: JACK GUEZ / AFP
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Fotografia tirada da fronteira sul de Israel com a Faixa de Gaza mostra edifícios destruídos no território palestino (Foto: JACK GUEZ / AFP )
Segundo publicado pelo jornal israelense Haaretz, o primeiro-ministro de Israel anunciou que não vai permitir a administração da Faixa de Gaza pela Autoridade Palestina. "Depois do terrível massacre, ordenei a destruição do Hamas. Os combatentes das Forças de Defesa de Israel e as forças de segurança estão lutandor por isso. Enquanto o Hamas existir, nenhum outro ator governará Gaza, muito menos a Autoridade Palestina", avisou Benjamin Netanyahu.
 
No entanto, em um discurso em vídeo, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou que não vai deixar que Israel governe a Faixa de Gaza, e pediu a Netanyahu para rejeitar publicamente qualquer solução que implique no controle israelense do território palestino.
 
"O fim da campanha militar deve ser acompanhado de uma ação política. O dia depois do Hamas só será alcançado com as entidades palestinas a assumirem o controle de Gaza, acompanhadas por atores internacionais, estabelecendo uma alternativa de governo ao domínio do Hamas. Este é, acima de tudo, um interesse do Estado de Israel", defendeu Gallant, citado pelo jornal Times of Israel.
 
"Está se desenvolvendo uma tendência perigosa que faz avançar a ideia de uma governação militar e civil israelense em Gaza. Trata-se de uma opção negativa e perigosa para o Estado de Israel do ponto de vista estratégico, militar e de segurança. Exorto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a tomar uma decisão e a declarar que Israel não exercerá um governo civil na Faixa de Gaza, porque não será estabelecida uma administração militar israelense em Gaza, e que será imediatamente apresentado um governo alternativo ao Hamas na Faixa de Gaza", disse Gallant.
 
Mas, o ministro da Justiça, Yariv Levin, apoiou Netanyahu e rejeitou também algum plano de um governo da Autoridade Palestina em Gaza. "O povo de Israel não aceitará entregar Gaza ao controle da Autoridade Palestina terrorista. O povo de Israel sabe que a segurança de Israel será alcançada através da determinação de vencer, não confiando em promessas de paz de terroristas vis e das suas várias organizações", afirmou. 
 
Em contrapartida, Benny Gantz, ministro sem pasta do gabinete de guerra de Israel, concordou com a proposta do ministro da Defesa, Yoav Gallant. "Disse a verdade. A responsabilidade da liderança é fazer o que é certo para o país, a qualquer preço", apontou Gantz. 
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