AGRICULTURA

Estimada perda entre 800 mil a 1 milhão de toneladas de arroz no Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul é o principal estado produtor de arroz no Brasil, responsável por 70% da produção nacional do cereal

Publicado em: 08/05/2024 16:07 | Atualizado em: 08/05/2024 17:16

Produção de arroz no Rio Grande do Sul tem previsão de perdas entre 800 mil e a um milhão de toneladas por causa das inundações (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Produção de arroz no Rio Grande do Sul tem previsão de perdas entre 800 mil e a um milhão de toneladas por causa das inundações (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
De acordo com as estimativas da Consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio, a produção de arroz no Rio Grande do Sul devido às inundações tem previsão de perdas entre 800 mil a um milhão de toneladas.
 
O Rio Grande do Sul é o principal estado produtor de arroz no Brasil, responsável por 70% da produção nacional do cereal e, segundo pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada  (Cepea), da USP, as tempestades que atingiram o Estado, além de causaram uma extensa destruição, trouxeram fortes impactos negativos no mercado do arroz, que travaram as negociações de modo geral.
 
A safra no Rio Grande do Sul estava estimada em 7,5 milhões de toneladas antes das enchentes e quando começaram as cheias faltava 27% da área a ser colhida, o que corresponde a aproximadamente 2 milhões de toneladas. Para a Cogo Consultoria ainda não é possível estimar com precisão o quanto deste volume foi perdido. As projeções iniciais indicam perdas entre 800 mil e 1 milhão de toneladas. "Além das perdas que teremos nas áreas ainda não colhidas, havia estoques de arroz em armazéns das cooperativas, cerealistas e indústrias, boa parte em silos que estão inundados", afirmam os analistas da consultoria.
 
Os produtores estão avaliando as consequências climáticas sobre as lavouras a serem colhidas, assim como sobre unidades armazenadoras. Já os pesquisadores do Cepea apontaram que a liquidez no mercado de arroz em casca foi praticamente nula na última semana. No entanto, por enquanto, os preços do cereal se mantiveram estáveis, sustentados pela demanda de outros estados, embora sem sucesso nas efetivações. Para o Cepea, como o escoamento e fretes de estoques em bom estado estão duramente afetados, por tempo indeterminado, além de grande parte do acesso às propriedades rurais inviável, isso transmite ao varejo à falsa ideia de escassez, gerando demanda acima do normal. E o consumidor acaba por estocar com medo de faltar o produto.
 
Já as exportações também devem cair com força este ano, já que o mercado interno tende a ter preços mais atrativos que o externo. 
 
Governo federal vai importar arroz
 
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, já anunciou que o governo federal importará até um milhão de toneladas de arroz, principalmente de países do Mercosul. "O problema é que teremos perdas do que ainda está na lavoura, e algumas coisas que já estão nos armazéns, nos silos, que estão alagados. Além disso, a grande dificuldade é a infraestrutura logística de tirar do Rio Grande do Sul e levar para os centros consumidores", disse Fávaro.
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