GUERRA

Forças israelenses assumem erro pelo ataque e punem responsáveis

Com a pressão dos EUA e da comunidade internacional sobre o país, os resultados da investigação militar foram extremamente rápidos e detalhados

Publicado em: 05/04/2024 13:16

Forças de Israel assumiram "erros graves" na morte de sete funcionários da WCK (Foto: Jalaa Marey/ AFP)
Forças de Israel assumiram "erros graves" na morte de sete funcionários da WCK (Foto: Jalaa Marey/ AFP)
Nesta sexta-feira, o exercito de Israel disse que o ataque a um comboio humanitário da organização World Central Kitchen (WCK) na Faixa de Gaza se deveu a um erro dos militares, que consideraram que nele viajavam dois combatentes armados do Hamas. Em um relatório preliminar, dois comandantes israelenses foram demitidos e outros três repreendidos.
 
Com a pressão dos EUA e da comunidade internacional sobre o país, os resultados da investigação militar foram extremamente rápidos e detalhados.
 
Os resultados da investigação foram entregues ao advogado-geral das Forças Armadas, que decidirá se os oficiais ou qualquer outra pessoa envolvida nos assassinatos devem ser punidos ou processados.
 
De acordo com a investigação, as forças israelenses identificaram dois ‘homens armados’ nos caminhões do comboio que se dirigia para um armazém no norte de Gaza e quando os veículos deixaram o local apos serem descarregados, um dos comandantes considerou que os homens armados no interior dos veículos eram terroristas do Hamas. 
 
No relatório, as forças de Israel assumem ainda "erros graves" na morte dos sete funcionários da WCK. “A equipe que controlava os drones que fizeram os ataques cometeu um erro operacional de avaliação da situação depois de, alegadamente, ter visto um atirador do Hamas disparando do telhado de um dos caminhões de ajuda humanitária escoltados pelo pessoal da WCK”, relata o documento, investigação, que também se refere  a violações dos procedimentos operacionais normais.
 
As conclusões da investigação sobre as mortes marcaram uma admissão embaraçosa por parte de Tel Aviv, que tem enfrentado acusações e condenações de aliados importantes, como os Estados Unidos e o Reino Unido, de não fazer o suficiente para proteger os civis de Gaza e dificulta e obstruir a entrada em larga escala de alimentos, medicamentos ente outros. 
 
Os palestinos, os grupos de ajuda humanitária e as organizações de defesa dos direitos humanos acusaram repetidamente as forças israelitas de disparar de modo imprudente contra civis durante o conflito, uma acusação que Israel nega.
 
"É uma tragédia. É um acontecimento grave pelo qual somos responsáveis e que não deveria ter acontecido e vamos certificar de que não voltará a acontecer", declarou o porta-voz das forças israelitas, Daniel Hagari. 
 
O exército se recusou a responder na coletiva de imprensa se houve violações semelhantes das regras de combate durante a guerra, em que os palestinos, os trabalhadores humanitários e os grupos internacionais de defesa dos direitos humanos acusaram repetidamente o exército de atingir civis de forma imprudente.
 
Não se sabe ainda se as punições e o pedido de desculpas do governo de Tel Aviv   acalmará o clamor internacional ou mesmo tranquilizar os grupos de ajuda internacional de que é seguro retomar as operações em Gaza, onde um terço da população está à beira da fome.
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