MULTIMÍDIA

Exposição de fotografia 'Retrato Oco' chega à Torre Malakoff

Ocupando a Sala Alcir Lacerda, no térreo, a exposição segue disponível até o dia 26 de maio, com entrada gratuita

Publicado em: 24/04/2024 06:00 | Atualizado em: 24/04/2024 09:18

 (PV Ferraz/Divulgação)
PV Ferraz/Divulgação
Carregada de ideias sobre a memória, a presença e o vazio – em seus múltiplos significados –, a instalação multimídia de fotografia 'Retrato Oco', realizada pelo pernambucano PV Ferraz, estreia amanhã, a partir das 18 horas, em dois ambientes de visitação na Torre Malakoff, no Recife Antigo: um espaço imersivo de projeção de vídeos e outro de sala de fotos. Reunindo fotografia, audiovisual e técnicas de design com objetos centrais sendo recortados e recolocados em outros fundos e cenários, o artista traz grande parte do seu acervo pessoal de registros feitos por ele ao longo dos anos em função de uma narrativa visual que deve ressoar de diferentes maneiras em cada um.
 
Inspirado por referências visuais e filosóficas – as colagens invisíveis de Michael Tunk, os artistas célebres do surrealismo, ao exemplo de Renée Magritte e os retratos de olhos vazios de Amedeo Modigliani –, PV vê o 'oco' da imagem como uma metáfora para os vazios que habitam as pessoas, seja de modo consciente ou não. O projeto é para ele também um processo de entendimento como artista e indivíduo e está ainda em desenvolvimento constante para ganhar vida em outras possibilidades formais. Diretor de formatos híbridos, com prêmios em videoclipes, cinema e videodança, PV lançou em 2022 o curta-metragem 'Redoma', vencedor do prêmio de melhor curta-metragem no IFO’s Flórida e selecionado para mais de 40 festivais pelo mundo.
 
O curador da exposição, o fotógrafo recifense Iezu Kaeru, relembra as origens da instalação e ressalta as características artísticas que mais lhe interessam no trabalho em conjunto com PV. "Começamos a nos encontrar de formas aleatórias pela cidade, em momentos diversos e sempre conversando sobre um futuro livro de artista, fotolivro e projetos semelhantes. Depois de muitos encontros e trocas, inclusive virtuais, antes do processo de pesquisa, e então passamos a debater o conceito da exposição, buscando novas imagens e ideias. Uma das fortalezas de PV é que ele tem uma escuta muito boa, mesmo sendo tão perfeccionista na sua própria visão, e me agrada muito esse tipo de personalidade, de sempre buscar aprimorar tudo, colocar em prática as coisas pensadas. É uma alegria imensa estar nessa primeira exposição", enaltece Iezu.
 
"Esse trabalho vem de uma gestação longa de PV, que amadureceu muito a ideia e deu um salto enorme através da residência artística que fizemos. Me atrai muito como curador essa inquietação e esse raciocínio musical, cheio de referências, estudos e experimentações estéticas que fazem parte da obra de PV. Temos pretensão de vários desdobramentos com o Retrato Oco, e essa exposição é apenas o início de um voo", completa o curador.
 
“A ideia da exposição foi um desafio instigante para mim, já que a minha formação é em audiovisual. Para além da exposição em si, eu penso nela como um projeto que busca criar imagens abertas, com múltiplos sentidos. Não importam tanto os significados que eu busquei, mas que elas mexam com as pessoas, provoquem o público nesse flerte constante entre a fantasia e a realidade. Espero que a instalação desperte emoções profundas e estimule reflexões sobre a existência de cada um", afirma PV ao Viver. “Foi muito interessante ser acompanhado e orientado por Iezu, uma pessoa tão sensível e experiente que é capaz de olhar a minha obra e até traduzi-la para mim. Quando eu lanço um trabalho, é comum eu mesmo não entender completamente o que ele representa e é através dessa parceria que eu vou descobrindo. Fico feliz em dizer que o Retrato Oco é algo que está vivo dentro de mim e que será desdobrado de várias outras formas em próximos projetos”, promete o artista.
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