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CRISE

Reino Unido vive clima de pânico com falta de gasolina nos postos

Publicado em: 28/09/2021 07:28

 (Foto: Paul Ellis/AFP)
Foto: Paul Ellis/AFP
A escassez de combustível no Reino Unido se agravou no fim de semana por causa das “compras motivadas pelo pânico”, o que levou o governo a recorrer ao Exército para amenizar a falta de caminhoneiros. Na noite de ontem, os militares foram colocados de prontidão. Londres pretende treinar soldados para dirigirem caminhões-tanque. Durante o fim de semana, foram registradas longas filas em postos de gasolina.

Ontem, quase 30% dos postos do grupo BP eram afetados pela escassez de combustível. “Um dos nossos membros recebeu um carregamento ao meio-dia e, no fim da tarde, já havia acabado completamente”, disse à emissora BBC Brian Madderson, presidente da PRA, a associação de postos de gasolina do país. O tabloide The Sun cita o exemplo de uma enfermeira que precisou percorrer três postos de gasolina e esperou por muito tempo. “Agora vou me atrasar para visitar os pacientes, que precisam da minha ajuda para suas refeições e medicamentos”, declarou esta profissional da saúde ao jornal, sem conter as lágrimas.

O aumento da demanda por gasolina levou a PRA a advertir que até dois terços de seus membros — quase 5,5 mil postos de gasolina independentes dos 8 mil no país — tinham pouca quantidade de combustível no domingo. Os demais estavam “quase sem nada”. Apesar das tentativas do governo de tranquilizar os britânicos, muitos cidadãos correram aos postos de gasolina.

Racionamento
A situação recorda a década de 1970, quando a crise energética provocou o racionamento de combustível e a redução da semana de trabalho para três dias. Há quase 10 anos, as manifestações contra o preço elevado da gasolina provocaram um bloqueio das refinarias e paralisaram as atividades no Reino Unido durante semanas. A escassez se deve, sobretudo, à falta de motoristas.
 
A crise de abastecimento pressionou o governo britânico a alterar, no sábado, a política de imigração pós-Brexit e conceder até 10.500 vistos de trabalho provisórios, de três meses. A medida deve suprir a falta de caminhoneiros e de profissionais em setores cruciais da economia britânica.
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