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TRANSNORDESTINA

'Sem o respaldo técnico soa como movimento político', dispara Felipe Carreras sobre Transnordestina

Publicado em: 27/07/2021 14:21 | Atualizado em: 27/07/2021 14:40

 (Divulgação)
Divulgação
O deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE) afirmou que os parlamentares pernambucanos vão recorrer contra a decisão do governo federal de não construir, por enquanto, o trecho da transnordestina que envolve Suape. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, declarou nesta terça-feira que o governo optará por construir, por agora, apenas o trecho da ferrovia até o Porto de Pecém, no Ceará.

De acordo com Felipe, o porto de Suape é o porto com a maior movimentação de todos os tipos de cargas do nordeste e deveria ser priorizado em relação ao do Ceará. “Se tivesse que optar pela priorização do ramal Ceará-Pernambuco, o de Suape, tecnicamente, ficaria à frente com os argumentos técnicos”, comentou. Carreras também levantou a possibilidade da decisão ser tomada por motivações políticas, e não técnicas. “Foi uma decisão infeliz, que sem o respaldo técnico soa como movimento político”, justificou.

Além da transnordestina, o deputado também discorreu sobre dois outros projetos em andamento: a atualização da Lei Pelé, e a nomeação de Recife como capital nacional do brega. De acordo com o deputado, são dois projetos importantes para a cultura e o esporte. A  atualização da Lei Pelé seria uma adaptação aos tempos atuais, visto que a lei foi sancionada há 21 anos, quando mal havia internet. “A gente tem como foco principal aproximar o esporte daqueles que mais precisam e fazer com que atividades esportivas cheguem mais nas comunidades”, comentou. A nomeação de Recife como Capital do Brega seria um gesto simbólico que reconheceria o marco cultural da cidade. “ O brega emana dos subúrbios, tem muita gente que vive do brega, está em nossa raiz”, explicou o deputado.

Transnordestina
Tivemos uma reunião com o governador Paulo Câmara e deputados e senadores e vamos atrás de argumentos técnicos que dêem subsídio para a decisão do ministro. Se tivesse que optar pela priorização do ramal Ceará-Pernambuco, o de Suape, tecnicamente fica a frente com os argumentos técnicos. O porto que tem a maior movimentação de todos os tipos de carga, é um centro de conexões, o maior hub do nordeste de cargas. Sob a liderança de Paulo Câmara e com o apoio da bancada dos parlamentares vamos fazer com que o governo mude de opinião, ainda dá tempo. Faremos uma mobilização dos parlamentares pernambucanos em Brasília, queremos que o ministro explique o critério dessa decisão.

Praticidade ou jogo político?

Foi uma decisão infeliz, que sem o respaldo técnico soa como movimento político. Vamos apresentar estudos e dados ao ministério, para tentar reverter isso, em qualquer dado comparativo, Suape ganha. Se não mudarem o caminho, será uma decisão política, claramente uma discriminação com o estado de pernambuco.  A gente vai fazer de tudo que tiver em nosso alcance para que Pernambuco não seja discriminado por uma decisão política em detrimento de afirmações técnicas.

Não foi a primeira vez

Teve a questão do Aeroporto do Recife, na licitação que foi feita ele foi o único do nordeste a ter concessão em bloco, e foi subdimensionado na época. Nós lideramos a movimentação de passageiros por aqui e não tivemos o investimento proporcional, denunciamos isso na época. A previsão era de receber recursos inferiores, o Aeroporto daqui é o mais lento em reformas, não tivemos nem os banheiros arrumados. A empresa poderia ter aproveitado a baixa movimentação da pandemia para fazer esse tipo de reforma, e não aproveitou, está a passos de tartarugas.

Lei Pelé

Na época que a lei foi sancionada, em 1998, praticamente nem havia internet, muita coisa mudou de lá para cá. Essa é a principal lei do esporte brasileiro, então pede essa atualização. A gente tem como foco principal aproximar o esporte daqueles que mais precisam e fazer com que atividades esportivas cheguem mais nas comunidades. Que o esporte possa ser uma transformação social. O esporte não forma apenas campeões e medalhistas, o esporte forma cidadãos, com valores que são levados por toda a vida. Os jovens que não trabalham e nem estudam podem ver no esporte uma oportunidade de vida e disciplina, e não tender para a criminalidade.

Capital nacional do Brega
Recife é uma cidade multicultural, já é a terra do frevo, patrimônio imaterial da humanidade, mas tem várias outras manifestações culturais. O brega emana dos subúrbios, tem muita gente que vive do brega, está em nossa raiz. O Prefeito João Campos sancionou o projeto reconhecendo o Recife como a cidade do brega e achamos interessante ter isso aprovado a nível nacional. Mais um símbolo e um título para a cidade.
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