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REABERTURA

MPRJ reabre inquérito que investiga Fabrício Queiroz por assassinato

Publicado em: 13/07/2020 18:13 | Atualizado em: 13/07/2020 18:24

 (Foto: Nelson Almeida/AFP)
Foto: Nelson Almeida/AFP
O promotor Cláudio Calo Sousa determinou a reabertura de um inquérito policial que investiga por assassinato Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ),  e o miliciano Adriano Nóbrega, morto em fevereiro deste ano na Bahia.
 
Sousa, que assumiu a 3ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial no Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) em março, identificou falhas na investigação contra os dois ex-policiais e determinou que o caso fosse reaberto. A vítima foi o estudante Anderson Rosa de Souza, de 29 anos, baleado durante operação na Cidade de Deus em 2003.
 
Na época, o caso foi registrado como "homicídio proveniente de auto de resistência", com a alegação de confronto por parte dos policiais. Apesar disso, a 32ª Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro nunca chegou a concluir a investigação nos 17 anos que transcorreram desde o fato.

Entre os problemas identificados pelo MPRJ, estão a falta de depoimentos dos familiares, de exame dos fuzis usados pelos policiais e perícia para averiguar resíduos nas mãos da vítima. Outros detalhes constantes nos autos também contradizem a história dos investigados, como a alegação de que só dois dos cinco policiais fizeram disparos em uma troca de tiros e apontamentos feitos no laudo cadavérico, que mostra que Souza foi atingido com três tiros, sendo dois pelas costas.
 
O caso foi revelado pelo programa Fantástico, da TV Globo, que conversou com a viúva do estudante no último domingo (12). Segundo ela, testemunhas teriam ouvido o marido implorar pela própria vida.

Escritório do crime e rachadinhas
O "Capitão Adriano", como era conhecido o ex-integrante do Bope, chegou a ser acusado de comandar um dos principais grupos de milícia do Rio de Janeiro, o "Escritório do Crime".  Nóbrega estava foragido quando também foi morto em ação policial em fevereiro deste ano na Bahia. Além das ligações com a milícia, a mãe e a esposa do ex-policial são suspeitas de participar do esquema de rachadinhas no gabinete do então deputado estadual, atual senador, Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).
 
Essa é mais uma peça do emaranhado de crimes que envolve a imagem de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Bolsonaro. Ele  é apontado como o principal operador do esquema das rachadinhas e começou a trabalhar para Flávio em 2007, quatro anos depois do assassinato de Anderson Rosa de Souza. Queiroz  ficou foragido entre dezembro de 2018 e junho de 2020. 
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