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Demanda do comércio volta lentamente depois de um mês da reabertura

Publicado em: 15/07/2020 08:00 | Atualizado em: 14/07/2020 20:22

 (Foto: Tarciso Augusto/Esp. DP)
Foto: Tarciso Augusto/Esp. DP

Depois da fase de delivery e ponto de coleta, o comércio de Pernambuco que conseguiu sobreviver aos quase três meses de paralisação das atividades por conta da pandemia do coronavírus começou a reabrir as portas há exato um mês dentro do plano de flexibilização das atividades econômicas no estado. A estimativa é que entre 10% e 20% das lojas não tiveram fôlego para manter os negócios e fecharam em definitivo, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas do Recife (CDL-Recife). Já as que se mantiveram vivas agora vivem um novo momento e, no balanço dos primeiros 30 dias de reabertura, ainda sentem uma demanda tímida, com faturamento médio de 50% em relação ao período anterior à paralisação, segundo a entidade. Mas a expectativa é que o consumo cresça de forma gradual nos próximos meses.

O varejo de rua reabriu no dia 15 de junho, com as lojas de até 200 metros quadrados, que representam a maioria dos estabelecimentos. Segundo Cid Lobo, presidente da CDL-Recife, a retomada aconteceu de forma tranquila. "Tivemos receio que houvesse tumulto e aglomeração, mas foi tranquilo, 90% das pessoas que estão circulando no comércio estão usando máscara e as lojas estão obedecendo aos protocolos, estamos nos adaptando", explica. Porém, não só o medo da exposição, mas também a instabilidade econômica não resultou em uma grande demanda. "Em termos de faturamento, ele está em uma média de 50%, mas está retornando aos poucos", complementou.

A queda se justifica pela instabilidade econômica, que leva os consumidores a gastarem mais no que é essencial. Porém, o consumo ainda está se mantendo por conta do pagamento das parcelas do Auxílio Emergencial do governo federal, segundo Cid Lobo. "Tem o reforço desse auxílio, já está na terceira parcela e tudo leva a crer que terão mais duas. Então isso está mantendo o consumo no mínimo, com a vantagem que as pessoas estavam paradas e têm direito, o que movimenta a demanda mínima, então esperamos que as coisas vão voltando lentamente", diz o presidente da CDL-Recife.

David Andrade diz que faturamento da Mult Papelaria está em 70%.   (Foto: Mult Papelaria/Divulgação)
David Andrade diz que faturamento da Mult Papelaria está em 70%. (Foto: Mult Papelaria/Divulgação)

Por não ser considerada serviço essencial, a Mult Papelaria, que funciona na Galeria Daher Center, em Piedade, precisou passar quase três meses de portas fechadas por conta do decreto do governo do estado. Durante o período, sustentou os negócios com sistema de delivery e os funcionários através da adesão às medidas provisórias do governo federal, como redução de salário e suspensão do contrato. "Foi um período muito difícil. A gente fez entrega em domicílio para tentar vender alguma coisa para ver se entrava algum recurso, mas o faturamento era de 30% comparado com antes da pandemia. A gente também utilizou as medidas disponibilizadas pelo governo federal para manter os três funcionários", explica o proprietário David Andrade. A papelaria reabriu no dia 15 de junho, mas o movimento ainda não voltou a patamares anteriores. "A demanda ainda não é como antes. Os primeiros dias foram bons, mas depois disso a demanda foi bem abaixo. Hoje deve estar em torno de 70%", acrescenta.

A expectativa é que o movimento vá se intensificando de forma gradual. "Existia uma medo de acontecer uma segunda onda de aumento de casos do coronavírus, mas essa possibilidade está se tornando mais remota pelos números das últimas semanas. Isso mostra que, com a reabertura, não está tendo indícios que vai haver uma segunda onda. E, à medida que esses fatos forem se confirmando, a tendência é que o pessoal volte devagarinho ao comércio e que a coisa vá tendo uma normalidade. Mas, apesar disso, sabemos que pelo menos nesse ano não será como em anos anteriores", ressaltou Cid Lobo.

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