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Manifestação contra isolamento social tem poucos adeptos no Recife

Publicado em: 30/03/2020 10:46

 (Foto: Leandro de Santana/DP FOTO.)
Foto: Leandro de Santana/DP FOTO.
Contrariando as recomendações do Ministério da Saúde e do decreto estadual, manifestantes se reúnem na Praça Rio Branco, no Marco Zero, Centro do Recife, pedindo o retorno das atividades do comércio. A manifestação inexpressiva conta apenas com quatro pessoas na manhã desta segunda-feira (30).

Policiais Militares, agentes da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) e do Batalhão de Policiamento de Trânsito (Bptran), estão na Avenida Alfredo Lisboa acompanhando a movimentação. Uma convocação publicada nas redes sociais convocava para uma carreata, às 10h. Sem identificar a organização do movimento, o panfleto indica que o protesto começaria no Marco Zero e seguiria pela Prefeitura, no Cais da Alfândega, com sentido ao Palácio do Governo, no bairro de Santo Antônio.

Mesmo após a orientação para que todos permaneçam em casa e saiam apenas quando necessário para evitar o contágio, a fotógrafa e maquiadora Mayana Barros, de 23 anos, pintou o rosto de verde e amarelo para se manifestar contra as regras adotadas no estado. "Os pobres permanecem trabalhando, enquanto os ricos ficam em casa. Isso não é justo e só atrapalha o funcionamento do comércio e a economia do país", comenta. Apesar de questionar a gravidade da pandemia, ela carregava uma bisnaga de álcool gel. "O isolamento deveria ser apenas para idosos. O governo poderia distribuir máscara e álcool para a população mais vulnerável se proteger", diz.

Desde o último dia 22, como ação mais rígida de enfrentamento ao avanço do novo coronavírus no estado, o governo determinou o fechamento de todo o comércio de produtos não essenciais. Continuam abertos os supermercados, mercadinhos, padarias, farmácias, postos de gasolina, casas de ração animal e depósitos de água mineral e gás, além de obras e serviços essenciais como hospitais, abastecimento de água, gás, energia e internet.

O protesto ganhou reforço após as declarações do presidente Jair Bolsonaro, que defende o isolamento apenas de idosos e pessoas com comorbidades. A farmacêutica Ivete Félix, também considera o precipitado o fechamento do comércio. "Muitos funcionários estão sendo demitidos. O novo coronavírus é grave, mas existem formas de prevenção. Não queremos ver a economia do país ruir. Se não trabalharmos, como iremos pagar nossas contas?".
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