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Política
Polícia Federal

De homônimos de João Campos a Alexandre de Moraes errado: veja lista de autoridades monitoradas pela Abin Paralela

Agência de inteligência investigou ilegalmente ministros do STF, políticos e jornalistas

Guilherme Anjos

Publicado: 19/06/2025 às 12:50

Ex-deputado federal João Campos de Araújo (Republicanos) e homônimo de Alexandre de Moraes foram monitorados pela Abin Paralela/Foto: Câmara dos Deputados; Divulgação/STF

Ex-deputado federal João Campos de Araújo (Republicanos) e homônimo de Alexandre de Moraes foram monitorados pela Abin Paralela (Foto: Câmara dos Deputados; Divulgação/STF)

A Polícia Federal (PF) revelou que a “Abin Paralela” monitorou ilegalmente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), políticos, jornalistas e seus familiares durante o Governo Bolsonaro. Entre os alvos, são citados dois homônimos do prefeito do Recife, João Campos (PSB), e um do ministro Alexandre de Moraes.

Apesar do nome em comum, o relatório da PF não aponta indícios de que o grupo paralelo da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estaria investigando o prefeito do Recife – que encerrou seu mandato como deputado federal e iniciou a gestão na capital pernambucana durante a presidência de Jair Bolsonaro (PL).

O primeiro “João Campos” citado é o ex-deputado federal de Goiás, João Campos de Araújo (Republicanos), atualmente vice-prefeito do município de Aparecida de Goiânia. O motivo da investigação seria para “verificar doações”.

O segundo homônimo é o pastor João Campos de Abreu, auditor da Secretaria da Fazenda do Estado do Tocantins e ex-vereador. Ele é apontado como um “alvo político”, e foi monitorado pelo sistema de geolocalização “First Mile” durante a operação “milatu”.

Vale ressaltar que o prefeito do Recife se chama João Henrique de Andrade Lima Campos, e é filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB).

Por outro lado, o relatório indica que um funcionário da Abin teria monitorado, sem qualquer justificativa, por três vezes, um gerente de loja residente do município de Barueri, São Paulo, chamado Alexandre de Moraes. A investigação foi feita em março de 2019, mesma época em que o ministro Moraes instaurou o “Inquérito das Fake News”.

Os fatos levam a PF a supor que a Abin Paralela monitorou o homônimo acreditando que fosse o ministro do Supremo Tribunal Federal.

Confira a lista dos principais nomes monitorados pela Abin Paralela

Judiciário

  • Alexandre de Moraes;
  • Dias Toffoli;
  • Luís Roberto Barroso;
  • Luiz Fux.

Legislativo

  • Arthur Lira (PP-AL), deputado e então presidente da Câmara dos Deputados;
  • Rodrigo Maia (PSDB-RJ), ex-presidente da Câmara dos Deputados;
  • Kim Kataguiri (União-SP), deputado federal;
  • Joice Hasselmann (Podemos-SP), ex-deputada federal;
  • Alessandro Vieira (MDB-SE), senador;
  • Renan Calheiros (MDB-AL), senador;
  • Randolfe Rodrigues (PT-AP), senador;
  • Jean Wyllys, ex-deputado federal;
  • Gustavo Gayer (PL-GO), deputado federal;
  • João Campos de Araújo, ex-deputado federal;
  • Paulo Pimenta (PT-RS), deputado federal.

Executivo

  • João Dória, ex-governador de São Paulo;
  • Wilson Witzel, ex-governador do Rio de Janeiro;
  • Cláudio Bomfim de Castro e Silva, governador do Rio de Janeiro;
  • Orlando Silva, ex-ministro do Esporte;
  • Hugo Ferreira Netto Loss, servidor do Ibama;
  • Roberto Cabral Borges, servidor do Ibama;
  • Christiano José Paes Leme Botelho, auditor da Receita Federal;
  • Cleber Homem da Silva, auditor da Receita Federal;
  • José Pereira de Barros Neto, auditor da Receita Federal.

Jornalistas

  • Ricardo Noblat;
  • Mônica Bergamo;
  • Vera Magalhães;
  • Reinaldo Azevedo;
  • Luiza Alves Bandeira;
  • Pedro Cesar Batista;
  • José Vitor de Castro Imafuku.
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