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Gabriel Mascaro fala ao Viver sobre estreia de 'O Último Azul' no Festival de Berlim

Cineasta pernambucano de 'Boi Neon' e 'Divino Amor' representará o Brasil na competição de um dos mais importantes eventos do cinema mundial

Um aguardado intercâmbio cultural entre o cinema pernambucano e a Amazônia está prestes a desembarcar em um dos maiores eventos do mundo da sétima arte. Representando o Brasil na mostra competitiva do 75º Festival de Berlim, o longa O Último Azul, de Gabriel Mascaro, é o primeiro filme brasileiro na competição pelo cortejado Urso de Ouro desde Todos os Mortos (2020), de Marco Dutra e Caetano Gotardo. A exibição será no próximo domingo, dia 16, em uma das sessões mais esperadas do evento, que começa na quinta e vai até o dia 23.

O cineasta já esteve em Berlim com o seu longa anterior, a distopia Divino Amor, que passou na Mostra Panorama. Agora, com o novo projeto, escrito em parceria com seu amigo Tibério Azul, respeitado cantor e compositor pernambucano, Mascaro dá continuidade à aproximação distópica sem perder as raízes na realidade. Na trama de O Último Azul, Denise Weinberg interpreta uma senhora de 77 anos, que tenta realizar seu último desejo em um Brasil no qual os idosos são transferidos para uma colônia habitacional para viver o resto de suas vidas, enquanto a ‘juventude produtiva’ pode trabalhar despreocupada.


Ao discutir as temáticas abordadas no filme, o diretor comenta ainda sobre a relação de O Último Azul com o cinema de gênero, explicando que não é sua intenção abraçar um ideal clássico de ficção científica, mas tentar brincar a partir de algumas especulações. “O filme não é sobre futurismo, mas ele gira em torno da pergunta: ‘E se o Brasil desenvolvimentista tivesse a ideia de fazer isso com o corpo idoso nesse mundo?’. É uma obra muito lírica que, através da ludicidade, tenta fazer a personagem principal atravessar essa jornada em busca desse sonho”, elucida.

Sobre a oportunidade de retornar ao Festival de Berlim após cinco anos, Mascaro pontua a importância histórica que o evento tem para o cinema brasileiro. “É uma alegria enorme. O cinema nacional está em festa e bem representado nestes grandes festivais. Estivemos em Cannes, com Motel Destino, depois em Veneza, com Ainda Estou Aqui, e agora chegou a hora de O Último Azul”, rememora. “É a sedimentação de uma janela privilegiada, além de ser muita responsabilidade. Berlim já consagrou obras muito importantes para a cinematografia brasileira, como A Hora da Estrela, Central do Brasil e Tropa de Elite”, celebra.

Leia a notícia no Diario de Pernambuco