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RELIGIÃO

Dia da Umbanda: saiba história da religião afro-brasileira

O 15 de novembro é Dia Nacional da Umbanda desde 2012

Publicado em: 15/11/2023 10:07 | Atualizado em: 15/11/2023 11:16

Tenda Espírita Vovó Maria Conga de Aruanda, no Estácio, Rio de Janeiro (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Tenda Espírita Vovó Maria Conga de Aruanda, no Estácio, Rio de Janeiro (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

 

Além de marcar a Proclamação da República, o 15 de novembro é considerado Dia Nacional da Umbanda. A celebração oficial foi instituída em 2012, por meio da Lei 12.644, assinada pela então presidente Dilma Rousseff.

 

O documento foi sancionado a partir do Projeto de Lei da Câmara nº 187 de 2010, que trazia em sua justificativa o direito constitucional à liberdade de crença e o livre exercício dos cultos religiosos. além de defender a valorização, a origem e a difusão da Umbanda no País por tratar-se de uma religião brasileira. 

 

História do Dia Nacional da Umbanda 

 

A data refere-se ao ano de 1908, quando, segundo umbandistas, o médium Zélio Fernandino de Moraes recebeu, em Niterói, no Rio de Janeiro, a missão de fundar a religião.

 

 

Zélio (de óculos) na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e da Umbanda (Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e da Umbanda.)
Zélio (de óculos) na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e da Umbanda (Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e da Umbanda.)

 

Aos 17 anos, Zélio teria sido acometido por uma inexplicável paralisia que os médicos não conseguiam curar e voltado a caminhar como se nada tivesse acontecido.

 

Um amigo da família sugeriu uma visita à Federação Espírita do Rio de Janeiro. No local, no dia 15 de novembro de 1908, acreditam os seguidores da religião que Zélio foi tomado por uma força superior à sua vontade, e em seguida vários dos médiuns presentes à mesa teriam incorporado espíritos que se identificaram como indígenas, caboclos e escravos africanos.

 

Relata-se que o dirigente dos trabalhos convidou esses espíritos a se retirarem dizendo que eles eram atrasados. A entidade em Zélio Fernandino quis saber se aqueles espíritos eram considerados atrasados apenas pela diferença de cor ou de classe social que revelaram ter tido na última encarnação, o que foi confirmado.

 

Então, de acordo com umbandistas, a entidade anunciou que no outro dia estaria na casa de Zélio para iniciar um culto em que aqueles espíritos poderiam passar suas mensagens.

 

A nova religião falaria aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos. "Se querem saber o meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim", disse. Era criada, naquele momento, a umbanda.

 

No dia seguinte, a casa de Zélio, em São Gonçalo, tornou-se a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.

 

"É uma religião brasileira que a gente entende como 100% brasileira, com influências do povo indígena, dos hindus e de várias vertentes da religiosidade brasileira e, logicamente, do catolicismo. É uma religião que se predispõe à caridade, à prática de ajuda ao outro e que hoje está presente em quase todos os continentes. Uma religião que avançou mundo à fora", explica pai Fernando D’Oxum, da Tenda Espírita São Lázaro, do bairro Pita, em São Gonçalo, à Agência Brasil.

 

Na visão do babalorixá, a umbanda toma um pouco a vertente da matriz africana do candomblé quando começa a reconhecer e adaptar os orixás, que são os guias, e que chegaram com os negros do povo da áfrica no Brasil.

 

Além disso, tem o sincretismo, que surgiu da necessidade das pessoas escravizadas associarem um orixá a um santo da igreja católica. Foi assim que São Sebastião é Oxossi, São Jorge é Ogum, Nossa Senhora dos Navegantes e Iemanjá, Nossa Senhora da Conceição é Oxum e Santa Bárbara é Iansã, entre outros. Assim, os escravizados podiam professar a sua fé nas fazendas onde viviam.

 

De acordo com pai Fernando, o sincretismo vem se modificando ao longo dos anos e, atualmente, algumas casas não fazem mais altares com santos católicos. "Algumas casas de umbanda não fazem mais sincretismo nos altares, ou seja, os santos católicos em algumas casas já não estão mais presentes nos altares."

 

Com Agência Brasil 

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