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Ícone do teatro e do ativismo, Pernalonga é imortalizado em livro de Márcio Bastos

Nesta sexta (13), o Auditório Círculo das Ideias da 14ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco vai receber, às 19h, o lançamento de 'Pernalonga: Uma sinfonia inacabada'

Publicado: 13/10/2023 às 09:00

O jornalista pernambucano Márcio Bastos mergulhou no perfil desse rico personagem/Felipe Cordeiro

O jornalista pernambucano Márcio Bastos mergulhou no perfil desse rico personagem/Felipe Cordeiro

Nesta sexta (13), o Auditório Círculo das Ideias da 14ª Bienal Internacional do Livro de Pernambuco vai receber, às 19h, o lançamento de 'Pernalonga: Uma sinfonia inacabada', livro-resgate de um mito do teatro pernambucano cuja existência, tragicamente, foi muito curta. Antonio Roberto de Lira França (1959-2000) foi ator, dançarino, arte-educador, militante de causas LGBTQIAPN%2b e, a despeito do enfrentamento da opressão sofrida pelas minorias raciais e de orientação sexual, se tornou um ícone cultural do estado e deixou um legado de espetáculos e ações educativas de conscientização sobre HIV e Aids.
 
O jornalista pernambucano Márcio Bastos, setorista e hoje pesquisador de artes cênicas, mergulhou no perfil desse rico personagem que agora faz parte da coleção Perfis, da Cepe Editora. 

O título da publicação faz alusão ao apelido pelo qual Antonio ficou conhecido e também à efemeridade da passagem dele no mundo - vítima de latrocínio - e o autor participará, antes do lançamento, da mesa 'As muitas vidas de Pernalonga', junto à irmã do biografado, Rosângela Lira, com mediação do jornalista e pesquisador Leidson Ferraz.

“É possível imaginar Perna brilhando no novo ciclo do cinema pernambucano, repetindo o magnetismo que expressou quando foi filmado por Jomard Muniz de Britto. Não é arriscado afirmar o quão combativo Pernalonga seria diante do recrudescimento da intolerância, do autoritarismo e de retrocessos em conquistas de minorias sociais”, comenta Márcio, que destaca ainda as dificuldade para encontrar registros do ator. "Um dos desafios desta pesquisa foi resgatar a carreira de Pernalonga para além do Vivencial (grupo pernambucano de teatro dos anos 1970 que revolucionou a cena local) e vários fatos eram quase impossíveis de serem checados, então tivemos que apresentar as várias versões que foram encontradas”, completa. 

Apesar de Pernalonga não ter tido em vida todo o reconhecimento que viria depois, seu nome deu título ao prêmio Antonio Roberto de Lira França (Pernalonga) de Teatro, idealizado pelo Governo de Pernambuco em 2018 para incentivar artistas e coletivos teatrais.

“Pernalonga transmutou-se quase em um mito olindense, um tipo de personagem que se funde à paisagem urbana e à identidade de uma cidade, como o poeta Miró da Muribeca e a travesti Lolita, para o centro do Recife, e Madame Satã, nascida em Pernambuco, mas símbolo da Lapa, no Rio”, compara o autor.
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