MÚSICA
Biografia inédita revela as facetas de Alceu Valença
Por: Allan Lopes
Publicado em: 27/06/2023 12:05 | Atualizado em: 27/06/2023 13:13
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Pelas ruas que andei: Uma biografia de Alceu Valença é assinado pelo assessor de comunicação do cantor (Crédito: Léo Aversa) |
Um artista complexo, irreverente, singular, original e sem escola. O livro Pelas ruas que andei: Uma biografia de Alceu Valença desvenda as facetas e histórias de vida que deram forma ao ícone da música brasileira e filho de São Bento do Una. Assinado pelo carioca Julio Moura, assessor de comunicação do cantor desde 2009, o título será lançado nesta terça, às 19h, no Paço do Frevo, com sessão de autógrafos e bate-papo com o autor, mediado pela jornalista Luiza Maia. A presença do biografado já está confirmada.
“Quem conhece a biografia do Dominguinhos?”, questiona Julio sobre a escassez de obras que narram a cronologia pessoal dos músicos brasileiros derivados da década de 1970. Pelas ruas que andei é uma iniciativa não apenas para documentar a trajetória musical de Alceu, mas também é voltada a reerguer o jornalismo cultural no país, atualmente em ruínas. “Os cadernos culturais vivem outro momento, mas já tiveram grande relevância e Alceu dialogou muito com eles. O livro também é uma homenagem ao jornalismo cultural do Brasil”, conta o jornalista.
Julio começou a redigir em 2020, durante a pandemia, mas o projeto estava nos planos desde que passou a ser assessor de Alceu. “Quando comecei o trabalho com Alceu, já juntava entrevistas que ele dava. Separei todos os recortes em uma pasta com a intenção de utilizar aquele material na biografia”. Ele também contratou a pesquisadora Patrícia Pamplona e teve acesso a um material robusto, com jornais, revistas, livros e outras publicações desde os anos 1970. O elemento histórico é apenas um complemento às 562 páginas diante da convivência diária entre os dois. “Boa parte do conteúdo são das nossas conversas e das viagens que fizemos”, afirma.
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Lançamento da obra ocorre nesta terça (27), no Paço do Frevo, com presença de Alceu (Crédito: Reprodução) |
A criança de São Bento já revelava sinais de sua veia artística: tinha um amor pelo cinema, pela música, pela literatura e pelo teatro. Apesar de seu primeiro contato com o ritmo ter sido através de um pandeiro, essa tentativa foi desencorajada pelo avô Orestes. Aos 12, se inscreveu no concurso de variedades da Rádio Tamandaré e ficou em segundo lugar, mas não engoliu a derrota na final. “Foi uma derrota que ele amargou", comenta Julio.
A personalidade obstinada de Alceu se prolongou à idade adulta, embora não seja visível aos olhos do público. “O artista Alceu é auto referente. Não vou dizer que é a totalidade, mas a maior parte das canções se refere a aspectos específicos, fatos e experiências que ele vivenciou”, ressalta. O artista sofreu retaliações de várias direções antes de gravar o seu primeiro álbum. Participou de diversos festivais de música, enfrentando vaias em alguns deles, e durante os anos 70 bateu às portas das gravadoras do Sudeste. Depois de um novo revés no Festival da Tupi, em 1979, foi avisado pelo produtor Mazola que seria contratado. Foram dez anos dedicados à militância underground, até fazer sucesso no país.
Turnê “Valencianas II”
Em alta na carreira, Alceu Valença dá continuidade à parceria de Valencianas, espetáculo musical concebido em 2010 que resultou no álbum - cujas faixas estão sendo disponibilizadas semanalmente no Youtube. Alceu e a Orquestra Ouro Petro, sob regência do maestro Rodrigo Toffolo, vão apresentar em Valencianas II as múltiplas melodias de sucesso que foram omitidas do primeiro concerto. O novo show será em 18 de agosto, às 21h, no Teatro Guararapes.
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