Oficina Francisco Brennand lança série de entrevistas dedicada a Paulo Freire

No ano de 1963, Francisco Brennand elaborou dez fichas de cultura destinadas ao sistema de alfabetização de Paulo Freire. As imagens, utilizadas no ensino de adultos, eram lidas como parte do processo educativo e continham cenas capazes de provocar debates sobre as experiências de vida dos educandos, com especial ênfase para as relações entre humanos, natureza e cultura. A partir desta quarta-feira, a Oficina Francisco Brennand parte desse profícuo encontro para pensar nas ressonâncias da pedagogia crítica do educador pernambucano nas práticas artísticas e curatoriais contemporâneas, nacional e internacionalmente, na série de entrevistas audiovisuais Paulo Freire, arte contemporânea e educação. 

O primeiro dos oito episódios está disponível no canal da Oficina no YouTube (assista AQUI). Até dezembro, o programa apresenta educadores entrevistando artistas, curadores e intelectuais, cujos trabalhos, de maneira pontual ou continuada, tomam Paulo Freire como referência, inspiração ou tema. 

“Pretendemos criar um arquivo e material de referência para educadores, artistas, curadores e pesquisadores, que apresentem e atualizem as resso%u0302nancias do pensamento do educador Paulo Freire nas práticas artísticas e curatoriais contemporâneas, oferecendo um mapeamento dessas práticas, em escala internacional”, diz Gleyce Kelly Heitor, diretora de Educação e Pesquisa da instituição e idealizadora do projeto.

Com cinco anos de investigação do tema, Gleyce apresenta o episódio Uma agenda para a arte e cultura em Paulo Freire, com entrevista ao professor, pesquisador, historiador, filósofo e escritor Flávio Brayner. O capítulo é dedicado ao Movimento de Cultura Popular (MCP) e ao surgimento dos programas de educação para adultos concebidos por Paulo Freire. A conversa gira em torno do papel da arte, da cultura e dos artistas nas concepções de educação popular vigentes neste contexto. 

O próximo episódio, no dia 19, terá o professor Dimas Veras entrevistando o cineasta e agitador cultural Jomard Muniz de Britto. O debate rememora o momento artístico, cultural e político do Recife, na década de 1970. Além de atuar ao lado de Paulo Freire, nos Círculos de Cultura, Jomard foi precursor, junto ao educador, de iniciativas de extensão na Universidade Federal de Pernambuco.