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Brasil atual e de Castro Alves se encontram em evento do Dia da Poesia da Fundaj

Publicado em: 12/03/2021 18:40

 (Foto: Reprodução da Internet)
Foto: Reprodução da Internet

No aniversário do baiano Castro Alves (1847-1871), nomeado como "o poeta dos escravos", o Brasil celebra o seu Dia Nacional da Poesia. Em 2021, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), por meio da sua Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca), promove o debate Castro Alves: poesia e contemporaneidade, no qual reflete a atualidade das causas e geografias que atravessaram o abolicionista do Século 19. Transmitido no canal oficial da Instituição, no YouTube, neste domingo (14), às 17h, o evento recebe a historiadora e pesquisadora da Fundaj Cibele Barbosa e o professor Edvaldo Nascimento, doutor em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco.

Natural da Vila Curralinho, atual cidade que leva seu nome, na Bahia, Castro Alves morreu jovem, aos 24 anos de idade. Seu prestígio lhe rendeu o reconhecimento da Academia Brasileira de Letras, na qual é patrono da cadeira nº 7. Em sua história, o Recife tem papel fundamental. Na capital pernambucana, ele estudou, integrou debates históricos e produziu obras importantes, a exemplo de Os Escravos (1883). “Castro Alves morou bastante tempo no Recife. Por isso vamos tentar traçar um paralelo entre determinados temas da sua época e a atualidade”, aponta o diretor da Dimeca, Mario Helio.

Em sua participação, Cibele Barbosa resgata o contexto da época em que o baiano viveu no Recife e os traços da escravidão que constituiu o Brasil por mais de 300 anos, aspectos tão presentes na obra de Castro Alves. Enquanto Edvaldo, residente do município de Delmiro Gouveia, no Sertão de Alagoas, envereda pela geografia humana e física destes sertões e do São Francisco, apresentando também um panorama atual sobre Paulo Afonso. Na obra "A cachoeira de Paulo Afonso" (1876), o autor retrata a fuga de um casal de negros escravizados em meio às imensas quedas d’água de sua Bahia natal.

Na transmissão, o público confere a leitura emocionante de trechos da obra do autor de O navio negreiro (1880). Os recitais acompanham imagens do acervo iconográfico do Centro de Estudos da História Brasileira (Cehibra), da Fundaj. Desde a foto de Castro Alves a fotos, cartões postais e gravuras do Recife do final do Século XIX ao início do XX. Além de fotografias do Sertão e retratos fotográficos de pessoas escravizadas de ascendência africana. O público confere, ainda, a apresentação do Quarteto Romançal, com Antônio Madureira.

Mais sobre o homenageado
Não faltam epítetos para qualificar Castro Alves. Abolicionista, foi contemporâneo de Joaquim Nabuco, patrono da Instituição. Considerado o último representante da Terceira Geração Romântica no Brasil, o poeta nasceu na Bahia, no dia 14 de março de 1847. Seu nome é Antônio Frederico de Castro Alves. Em 1854, sua família mudou para Salvador, onde ingressou no Ginásio Baiano, em 1858, e conheceu Rui Barbosa. Aos 13 anos, recitou sua primeira poesia em público, na escola. Um ano antes, havia perdido sua mãe.

Castro Alves chegou ao Recife em 1862, quando a capital pernambucana efervescia com os ideais abolicionistas e republicanos. Aqui recebeu os primeiros elogios, após a publicação do poema "A Destruição de Jerusalém", no Jornal do Recife. Em 17 de maio publica no jornal “A Primavera”, sua primeira poesia sobre a escravidão. É tido ainda hoje como um dos mais célebres nomes que passaram pela Faculdade de Direito do Recife, ainda que tenha sido reprovado duas vezes antes de ser admitido na instituição.

Sobre os participantes
Cibele Barbosa é doutora em História pela Universidade de Sorbonne e pesquisadora do Cehibra, da Fundaj. Atualmente coordena os projetos Villa Coletiva, da Revista Coletiva, e Trocas Atlânticas. Edvaldo Nascimento é doutor em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco. Atualmente é professor da rede estadual de Alagoas e organizou a coleção do Jornal Correio da Pedra.

SERVIÇO
No Dia Nacional da Poesia, Fundaj debate "Castro Alves: poesia e contemporaneidade"
Quando: 14 de março, a partir das 17h
Onde: Transmissão no canal oficial da Fundaj, no YouTube

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