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Nova série da TV Universitária explora a produção da crítica cinematográfica
Por: Juliana Aguiar
Publicado em: 02/02/2021 09:41
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Ângela Prysthon está entre os 12 participantes do projeto que estreia nesta terça-feira (2) (Foto: Divulgação) |
Permeadas por discussões sociais, políticas, de representatividade e formação de identidade, as críticas cinematográficas foram se firmando ao passo que o mercado audiovisual se fortaleceu, amplificando as possibilidades das narrativas. Com o intuito de valorizar a expressão criativa e desmistificar a relação entre cinefilia e crítica especializada, a série pernambucana Palavra crítica estreia nesta terça-feira (2) na TV Universitária Recife (Canal 11) e terá exibição toda terça, às 20h30.
De perfil documental, a série tem roteiro e direção de Tiago Leitão e produção de Mannu Costa. “A série foi pensada ao perceber que havia uma carência no debate da crítica cinematográfica. As TVs sempre tiveram programas com atores, diretores, roteiristas, mas nunca se debateu o trabalho da crítica profissional, que é um elemento importantíssimo na construção de público e discussão do cinema”, justifica Tiago.
Nesta primeira temporada, a produção revela o pensamento e a trajetória de 12 críticos de cinema - jornalistas, em sua maioria -, compartilhando as primeiras memórias relacionadas ao cinema, os caminhos que levaram à profissão e desaguando na análise fílmica e a relação da crítica com o mercado audiovisual. O projeto foi formatado em parceria com o crítico e pesquisador André Dib.
A produção faz um mapeamento do pensamento sobre cinema, a partir de profissionais de diferentes regiões, formações e campo de atuação, lançando mão de entrevistas, indo além da dimensão conceitual e teórica. As gravações aconteceram no Recife, no estúdio da Opara Filmes, em 2019. Participam da série os críticos paulistas Heitor Augusto, Luiz Zanin, José Geraldo Couto e Marcelo Lyra, o paraibano João Batista de Brito, o carioca Marcelo Ikeda e os pernambucanos Luiz Joaquim, Alexandre Figueirôa, Ângela Prysthon, Ernesto Barros, Carol Almeida e Celso Marconi.
“A série foi pensada para ter um debate nacional sobre o assunto. Vivemos em um momento de muita opinião e pouco debate, pouco conteúdo sério e abalizado sobre as coisas, o cinema também entra nisso. É um dos pilares importantíssimo para formação de público”, diz Tiago.
De acordo com o diretor, a produção foi idealizada para debater a crítica cinematográfica em âmbito nacional. "A série não foi pensada por questões regionalistas, foi pensado para ter um debate nacional sobre o assunto, vivemos em um momento de muita opinião e pouco debate, pouco conteúdo sério e abalizado sobre as coisas, o cinema também entra nisso. As pessoas preferem a opinião de um blogueiro, do que parar para ouvir uma crítica profissional. É um dos pilares importantíssimo para formação de público", explica.
Para a produtora Mannu Costa, as experiências compartilhadas pelos críticos refletem a pluralidade de pontos de vista, capazes fomentar o debate e atingir um maior número de pessoas interessadas. "Para mim foi muito importante perceber que o debate promovido pelos entrevistados vai muito além da crítica em si, pois trazem aspectos políticos, que podem interessar às pessoas que não são só do cinema ou fãs de filmes", afirma.
Sobre a escolha pela veiculação em uma TV pública pernambucana, Tiago Leitão considera ser primordial atingir o maior número de pessoas e ampliar a difusão de informação. "Eu defendo que todos os projetos financiados pelo Funcultura deveriam ser exibidos gratuitamente no estado, melhor ainda em TV pública, poder disponibilizar para todo mundo o conteúdo", pontua. Em caráter comercial, a série já tem estreia prevista em rede de TV por assinatura.
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