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TRADIÇÃO
Baile do Menino Deus, encenado há 17 anos no Marco Zero, vira filme
Publicado: 22/12/2020 às 14:13

A produção será exibida em plataformas digitais, entre os dias 23 e 25 de dezembro, e na TV Globo, no dia 26./Foto: Mogana Narjara/Divulgação
Vivenciar a tradição pernambucana diante da brisa da beira do rio dividindo o espaço com centenas de pessoas faz parte da experiência anual do auto natalino Baile do Menino de Deus, encenada há 17 anos no Marco Zero, no Bairro do Recife. Com a pandemia, o encontro foi cancelado e ganhou formato de filme. A grande ópera popular nordestina será exibida em plataformas digitais, desta quarta-feira (23) a sexta-feira (25), e na TV Globo, neste sábado (26). A produção também estará disponível no site oficial do evento, em formato com libras e audiodescrição.
Dirigido pela pernambucana Tuca Siqueira, o longa-metragem explora a linguagem do cinema sem perder as características da montagem cênica de Ronaldo Correia de Brito. O filme foi rodado no Teatro Guararapes, mantendo a lógica de apresentação com o elenco de atores, músicos, cantores e bailarinos. A dramaturgia aberta do Baile permite a construção e renovação de linguagens e técnicas, como um diálogo entre o teatro, a música contemporânea e o cinema.
"Com a adaptação para filme, a gente perde a conexão com a cidade, que já é um marco do próprio Baile, mas o filme é um convite a embarcar nessa ideia de que o espetáculo acontece dentro das casas de cada um, e o Marco Zero está atrás da cortina. Em contrapartida, tomamos proveito do audiovisual para amplificar a potência do Baile, fornecendo um novo olhar, ainda mais próximo dos atores, como se a gente estivesse dentro do palco”, conta Tuca.
Com a adaptação, o Baile pode incorporar a tecnologia ao espetáculo através de projeções do Céu divino, paisagens do Sertão e da Floresta Amazônica, presentes em oito cenas. Outra novidade é a estreia do pequeno Sereno, interpretando o menino jesus. O bebê é filho de Isadora Melo, que vive Maria na montagem.
“Quebramos a cabeça, pensamos muito com toda a nossa equipe, para que a consagração de um trabalho que começou há 37 anos não fosse interrompida e que fosse realizada de forma segura para os mais de 300 artistas e profissionais envolvidos em sua realização”, conta Ronaldo, que divide a direção com Carla Valença. “Era um desejo antigo fazer o espetáculo num formato de filme”, afirma a diretora.
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