Com apenas 10 episódios, tendo aproximadamente trinta minutos cada, a trama pode ser consumida rapidamente pelos maratonistas de plantão, que não demoram para se encantar pela protagonista. Emily é jovem, bem-sucedida em sua área e dona de ideias que acabam conquistando todos ao seu redor - mas não sem, antes, se esforçar para provar seu valor aos novos colegas de trabalho franceses. Além da desenvoltura no âmbito profissional, a jovem também tem uma vida pessoal movimentada, com conflitos de interesses em seu processo de amadurecimento e na conquista de amizades e romances na capital francesa.
A trama aposta, ainda, num viés de humor, prometendo arrancar boas risadas dos telespectadores, na medida em que a personagem se envolve em problemas cômicos. Com conflitos suaves para seu rótulo de "comédia dramática" e repleta de problemas semelhantes aos do dia a dia de qualquer mulher da idade de Emily, a série está fazendo sucesso na internet, chegando a ser comparada com Gossip Girl – produção que também está disponível na Netflix e narra a história de jovens da alta sociedade de Nova York - e a icônica Sex And The City.
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A personagem vai a Paris colaborar com novas diretrizes para as mídias sociais. (Foto: Reprodução da internet) |
>> Comparação com Sex And The City frustrou fãs A comparação com a série
Sex And The City, protagonizada por Sarah Jessica Parker no papel da colunista Carrie Bradshaw, contudo, frustrou os fãs da trama que fez sucesso no fim dos anos 1990 e início dos anos 2000.
Emily em Paris, assim como
Sex And The City, é criação de Darren Star. As duas séries têm suas protagonistas trabalhando na área de comunicação - Carrie assina coluna num jornal, Emily trabalha com maketing e redes sociais -, figurinos que se destacam e cidades que servem como "personagens" das histórias. Há, inclusive, easter eggs (referências) relacionando as duas produções, como algumas roupas usadas por Emily (semelhantes às de Carrie), tomadas parisienses e um desfile de moda com imprevistos.
Contudo, os fãs de
Sex And The City sentirão falta do grupo de amigas que co-protagonizou a série ao lado de Carrie. Em
Emily em Paris, há menos histórias principais correndo em paralelo, o que torna a trama menos dinâmica e mais centrada na personagem de Lily Collins. Há, ainda, menos "camadas" nas personalidades da mocinha e dos coadjuvantes. Em
Sex And The City, os contornos entre mocinhos e vilões eram mais borrados, o núcleo protagonista também cometia erros, amargava arrependimentos e se deparava com conflitos de caráter e decisões difíceis de tomar. Havia, ainda, mais abordagens a temas adultos e delicados, como traição, aborto, maternidade e casamento, o que torna Emily em Paris mais juvenil. Por outro lado, à luz dos tempos atuais, Emily em Paris aborda com mais vigor a pauta feminista, o poder das mídias sociais e o tom sexista da indústria da beleza.
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Carrie Bradshaw foi idolatrada no fim dos anos 1990 e início dos anos 2000. (Foto: Reprodução da internet) |
Em relação ao estilo de Emily, alguns críticos de moda apontaram certa "obviedade" nos looks da série, o que não ocorria com Carrie, embora a moda fosse mais convencional - e portanto, mais fácil de ser questionada ou subvertida - na época em que
Sex And The City foi ao ar. Isso não invalida o bom trabalho da figurinista Patricia Field (a mesma que idealizou o guarda-roupa de Carrie e das personagens de
O Diabo Veste Prada), é claro, que entregou novo portfólio de inspirações às fashionistas e viu seu figurino viralizar na web nas últimas semanas.
Se você também é fã de Carrie Bradshaw, vale a pena dar uma chance a Emily Cooper - uma versão mais jovem e mais parecida com a geração atual - e, guardando as restrições das épocas em que cada uma das duas séries foi ambientada, tirar suas próprias conclusões sobre a comparação.